sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mais 40 lotes para hortas urbanas (Funchal)

Até finais de Agosto / Setembro, a Câmara do Funchal vai disponibilizar mais cerca de 40 talhões de terreno para hortas urbanas. Cada um com cerca de 70 metros quadrados, os novos lotes fazem parte de um terreno da autarquia, com cerca de três mil metros quadrados, situado na zona dos Ilhéus, paralelo à Avenida Luís de Camões.





A Câmara Municipal do Funchal (CMF) vai atribuir, até finais de Agosto / Setembro, mais cerca de 40 lotes de terreno para hortas urbanas, revelou ao JORNAL da MADEIRA o vereador com o pelouro do Ambiente da autarquia.
Tal como adiantou Henrique Costa Neves, o terreno, com um total de aproximadamente três mil metros quadrados, fica situado na zona dos Ilhéus, paralelamente à Avenida Luís de Camões e irá ser dividido em cerca de 40 talhões, cada um com cerca de 70 metros quadrados.
Segundo o responsável, este é um terreno que já é da autarquia há mais de vinte anos e que estava sem qualquer utilização. O espaço foi limpo e desmatado, sendo que agora serão colocadas as vedacções para dividir os lotes e colocados abrigos.
De acordo com o vereador, neste momento, está em fase de concurso a aquisição de abrigos, tendo em conta que cada lote ficará com um abrigo individual para arrumos e de apoio. Para além disso, os espaços irão ficar dotados com água de rega, a partir da Levada dos Ilhéus, que é um ramal de rega da Levada dos Piornais. Refira-se que serão aproveitados dois tanques de água existentes.
Costa Neves diz que aquele é um terreno «excelente, soalheiro, praticamente no centro», e que este é um conceito (horta urbana) que a Câmara vai ampliar «sempre que possível, sempre que encontrar terrenos, ou sempre que lhe forem entregues terrenos em cedências em projectos de urbanismo e sempre que a envolvência se adequar». Segundo o nosso interlocutor, o espaço dos lotes «é mais do que suficiente para a produção de legumes ao longo de todo o ano em regime de rotação de culturas».
Neste momento, o vereador do Ambiente da CMF adianta que existem 150 pessoas inscritas para as hortas urbanas e lembra que o critério de atribuição é por ordem de inscrição e que é dada prioridade às pessoas que residam o mais próximo possível dos espaços a ceder.
O projecto iniciou-se em 2005 e, actualmente existem seis locais com hortas urbanas, num total de cerca de 45 lotes entregues. Com os talhões que serão entregues, passará a haver um total de cerca de 85 hortas. De referir que a concessão é por cinco anos, renovável. Para tal, o espaço não poderá ficar abandonado e tem de haver «boa vizinhança». Por exemplo, disse, «não se autoriza a plantação de árvores, porque podem ensombrar o lote do vizinho». «Se o objectivo é a agricultura urbana, as árvores aí não entram. Quando muito se poderá admitir árvores de fruto de pequeno porte», frisou.


Mais um espaço em perspectiva em São Martinho

Além do terreno nos Ilhéus, paralelo à Avenida Luís de Camões (ver texto abaixo), a Câmara Municipal do Funchal tem um outro em perspectiva, em São Martinho, também para hortas urbanas, algo que deverá avançar em breve.
Segundo Henrique Costa Neves, trata-se de um terreno da Diocese, que actualmente está votado ao abandono, o qual esta entidade vai autorizar que seja utilizado para hortas urbanas. «São cerca de 1.800 metros de área, que ficará praticamente ligada a um jardim que estamos a fazer de raiz na encosta sul do Pico de São Martinho», explicou.
Por outro lado, o vereador referiu que esta é a uma actividade a que as pessoas «têm aderido muito» e destaca as vantagens da mesma. É que, lembrou, a horta urbana acaba para revelar-se uma «terapia» e um «reencontro do homem com a terra», já que, com a vivência urbana, «divorciou-se da natureza». A isso, junta-se o facto de as pessoas produzirem produtos hortícolas de qualidade para o seu consumo e de, desta forma, a cidade do Funchal ganhar mais espaços verdes, com a vantagem de favorecer a infiltração da água da chuva, de produção de oxigénio e de aligeirar a densidade da construção.



Jornal da Madeira

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