sábado, 20 de junho de 2009

Madeira duplica capacidade de produção de energia

EEM COMPRA TRÊS GRUPOS ELECTROGÉNEOS TOPO DE GAMA POR 55 MILHÕES.

Data: 20-06-2009











A Empresa de Electricidade da Madeira (EEM) tem em marcha um ambicioso plano de investimento que para além de garantir um reforço da sua capacidade de produção, garante um 'up grade' tecnológico que vai assegurar maior eficiência e, sobretudo, menos poluição.

Integrado no plano de expansão do sistema electroprodutor da Madeira, a EEM reforçará a capacidade da Central Térmica da Vitória em cerca de 54,5 MW, com a construção de uma nova Nave - designada CTV/Nave III - instalando três grupos electrogéneos de última geração.

Os três motores a instalar têm uma potência mecânica de 950 kW por cilindro, correspondendo a 17,1 MW de potência unitária e funcionarão em ciclo combinado, utilizando uma turbina a vapor que 'reciclará' o calor, permitindo optimizar a sua potência máxima para uma potência global de 54,5 MW.

A partir do momento em que os três grupos electrogéneos estejam em pleno funcionamento, serão responsáveis pela produção de energia de base ao sistema eléctrico da Região, estimando-se uma produção anual na ordem dos 300 GWh.

Esta Nave III será dotada das melhores práticas do sector utilizando tecnologias mais eficientes e limpas. A concepção do edifício, a aplicação de grupos redutores catalíticos e as soluções de ventilação permitirão uma redução substancial quer de emissões de gases , como dos níveis de ruído.

A instalação/construção da nova Nave III é da inteira responsabilidade do consórcio Wartsila/Energetus, sendo os grupos integralmente construídos e testados nas instalações do fabricante. É igualmente da responsabilidade do referido consórcio a sua integral instalação nos Socorridos.

É ainda importante realçar, que a justificação para a concretização deste investimento encontra suporte no aumento da procura, mas também na necessidade de manter adequados padrões de segurança e fiabilidade na produção de energia eléctrica, uma vez que a potência instalada na Nave 1 da Central Térmica da Vitória (grupos 1 a 6) está muito próxima do final da sua vida útil, com a maioria dos grupos a apresentaram cerca de 30 anos e mais de 120.000 horas de funcionamento.

A actual capacidade de produção existente na Central Térmica da Vitória é de 158,5 MW, distribuída por 45,9 MW na Nave I e 112,6 MW na Nave II.

A instalação destes três grupos electrogéneos dual fuel de última geração, ou seja, já preparados para funcionar quer a fuel óleo, quer a gás natural, é mais um passo, importante, para a concretização do ambicioso plano regional de produção de energia.

Este investimento antecipa/prepara, também, a programada introdução do gás natural liquefeito na Região, assegurando benefícios ambientais que irão contribuir para que a Madeira se apresente como uma região modelar no desígnio europeu de redução de emissões de CO2.

Dois anos decisivos

A aquisição destes três grupos obrigará a EEM a um investimento global de 55 milhões de euros. A compra resulta de um concurso público internacional e o adjudicatário da empreitada é consórcio Wartsila/Energetus, liderado pela 'Wartsila Finland Oy' empresa líder mundial no fabrico de motores desta tipologia, com reconhecida competência na área do fabrico, engenharia e manutenção.

A entrada em actividade do primeiro dos três grupos electrogéneos está prevista para final de 2009 e os restantes dois para final de 2010.

Desembarque Máquinas com 340 toneladas obrigam à construção de cais

A dimensão e o peso dos grupos - cada pesa cerca de 340/toneladas - não permite o transporte terrestre a partir do Porto do Caniçal ou do Porto do Funchal, o que obriga a que o desembarque se faça directamente na foz dos Socorridos. Esta condicionante implicou a realização de algumas obras no sentido de facilitar as manobras de acostagem e de transporte dos motores para a nova nave. Para a realização desta operação, o DIÁRIO sabe que já foi autorizada pela competente autoridade marítima a construção de um pontão, cuja construção já se iniciou, com o depósito do enrocamento que vai permitir proceder ao aterro que permitirá a acostagem de uma barcaça esprecialmente afretada e que se deslocará à Região com os equipamentos pesados.

O transporte dos motores até à central será feito com recurso a uma trela telecomandada, com cerca de 80 rodados. Após a conclusão destas operações proceder-se-á à demolição das pequenas obras executadas, sendo ainda de referir que estas operações, por se desenrolam a uma cota inferior, não terão grande interferência com a promenade que está a ser construída pela Sociedade Metropolitana de Desenvolvimento, sendo apenas interdita a sua utilização nas horas de descarga dos referidos motores.


DN Madeira

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