sexta-feira, 26 de junho de 2009

Cana sacarina exportada para fazer sumo na praia



Data: 26-06-2009

"Nunca ganhei tanto dinheiro como agora". A afirmação é de Luís Sardinha, um ex-empresário da restauração convertido à agricultura, que já é pioneiro na Região na exportação de cana sacarina para o continente. "Tinha um restaurante e optei pela agricultura, porque achei que era a altura certa", diz sem qualquer arrependimento pela opção tomada.

Este agricultor da Calheta começou por obter sucesso na produção de maracujás, onde a procura é maior que a oferta, e expande agora o negócio à cana sacarina, tendo já vendido toda a produção deste ano. Estreou-se no mês passado com o envio de um primeiro contentor - cerca de dez toneladas - e prepara-se agora para fazer uma segunda entrega a uma empresa da Costa da Caparica, que pretende fazer sumo natural para vender na praia. "Este ano vamos trabalhar numa base experimental, porque o objectivo é para o ano aumentar a exportação. É mais um negócio e uma forma de trabalhar a cana", destaca.

"Exportar é fundamental"


Ontem, no acto simbólico de apresentação da exportação da cana em fresco, Manuel António Correia destacou o facto deste tipo de exportação poder vir a "abrir uma nova solução", perspectivando que "a curto ou médio prazo possam atingir quantidades representativas para todo o sector".

O secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais salientou que "neste momento de dificuldades, exportar é fundamental. É uma maneira de trazer dinheiro para a Região, e no caso da cana sacarina, tem também a importância de abrir novos mercados num sector que está em fortíssimo crescimento", apontado a duplicação das quantidades produzidas nesta década.

Linha de crédito em Julho


"Face a este crescimento temos de ter uma estratégia de criar novas soluções de escoamento", disse, manifestando o desejo de ver "bem conciliado o aumento da produção com o escoamento, porque é fundamental vender e vender bem, para poder pagar aos produtores".

Manuel António Correia adiantou que, já no próximo mês, os produtores de cana sacarina vão receber o dinheiro que lhes é devido pela produção deste ano.

A anunciada linha de crédito de 1,5 milhões de euros que o governo criou "está na fase burocrática, que espero fique concluída até à próxima semana, de maneira que já no mês de Julho, pelo menos vamos fazer um esforço nesse sentido, todos os produtores de cana - cerca de 800 - recebam o dinheiro correspondente à sua produção", precisou.

Esta é a segunda meta a alcançar. A primeira "já está cumprida" e passa por assegurar o escoamento da totalidade da produção de cana-de-açúcar.


DN Madeira

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