domingo, 28 de junho de 2009

Junta quer transformar campo em espaço de lazer (Arco de São Jorge)





(Baixaki)





Freguesia de vários ciclos económicos, o Arco de São Jorge já foi da cana-de-açúcar, do vinho e agora dedica-se ao turismo. E é para atrair ainda mais turistas que a Junta quer ver transformado o lugar onde está o actual polidesportivo num espaço de lazer para ser usufruído pela população local e turistas que já começam a ser muitos.
Aliás, a promoção do turismo tem sido a bandeira da freguesia junto do poder camarário como do poder governamental. «É que, se nós queremos mais turismo e se o futuro da freguesia passa por ele, temos de dinamizá-lo. Porque se as pessoas encontrarem trabalho aqui na freguesia vão com certeza querer fixar-se aqui. Como se sabe, para além de gerar riqueza, vai fazer com que o nome da freguesia seja promovido lá fora como uma boa referência. Eu penso que a melhor publicidade que se deve fazer é sem dúvida através das pessoas que nos visitam», assegura a presidente, acrescentando que «se queremos receber mais turistas temos que nos modernizar para dar mais apoio à freguesia.
É por isso que Maria Fátima Camacho defende que aquele campo nunca deveria ter sido construído ali por tratar-se de uma zona que poderia ter sido explorada para outro fim que não aquele. «O polidesportivo devia ser deslocado para outro sítio podendo ser transformado num estrutura moderna, com ginásio que possa servir a população local, bem como os turistas», sugere a presidente.
Lugar carregado de história, a responsável justifica o objectivo tendo em conta que onde está o campo desportivo foi no passado o local onde durante de mais de cem anos funcionou o cabo que serviu o Arco de São Jorge quando não havia para além dos caminhos antigos outra ligação para fora da freguesia.
A ideia – continuou - é «alargar este espaço e torná-la numa zona de lazer com mesas, um serviço de bar, jardins e balneários “em condições”. Depois, adianta, colocaríamos uma exposição permanente sobre a actividade que ali foi desenvolvida porque muitas pessoas ainda se lembram que ali houve em tempos um cabo e os jovens precisam de ter referências quanto ao seu património».
Maria Fátima Camacho conta que, com a construção do campo isso foi tudo desmantelado e torna-se importante recuperar a história da freguesia. O projecto, afirma, já foi dado a conhecer junto da autarquia, esperando agora que seja incluído no programa da autarquia porque esperar pelo do Governo Regional levará mais tempo, isto é, será só a partir de 2011.
A autarca local ressalva que, desde o início do seu mandato sentiu algumas preocupações relacionadas com «os pequenos resquícios de património». Embora admita não ser um património muito rico, temos algum que gostaria de ver recuperado como o caso do antigo engenho. A responsável diz que já foi colocada a hipótese do imóvel ser adquirido pelo Governo mas tal não tem sido possível porque são custos muito elevados.

Todas as infraestruturas são bem vindas

Se há alguma população que conseguiu fixar-se, entre os 30 e os 40 anos, a freguesia sente mais dificuldade em “agarrar” os jovens que têm saído da universidade. É por isso que são muito bem vindas as infraestruturas que ajudam a dar trabalho. Nos últimos anos a esta parte, com o nascimento de empreendimentos turísticos como a Quinta do Arco, a Quinta da Quebrada e a Casa Hortênsia, bem como os projectos da Casa do Povo, a freguesia tem conseguido fixar alguma população e tornar a vida das famílias um pouco mais confortável a nível financeiro. É por isso que qualquer obra que apareça e que represente desenvolvimento é sempre bem vinda para a população.
É neste sentido que a autarca local sugere que seja construída uma estância balnear porque, justifica, «tirando as freguesias que não têm mar no concelho, nós somos a única que não tem um espaço balnear adequado.Todos os anos a Câmara acede à abertura de uma poça numa das zonas com melhor acesso e preparamos o local para o efeito e, se bem que não seja uma zona protegida, é a única que dispomos no momento».
Aliás, e a respeito do mar, a presidente salienta ainda a urgente protecção da costa marítima porque o mar teima em subir e todos os anos “engole” um pouco mais de terra.

Balanço a quatro anos à frente da freguesia
Em jeito de balanço a estes quatro anos de actividade enquanto presidente da Junta de Freguesia, Maria Fátima Camacho diz que neste mandato conseguiu a aprovação de vários projectos. Teve a recuperação dos fontanários e dos poços de lavar comunitários, estes últimos uma luta que tem sido travada pela Junta pois há quem defenda que estes deviam ser transformados em pequenos armazéns. «Eu pessoalmente acho que, enquanto houver alguém que utilize os poços para lavar, estes vão continuar abertos ao público» garante a autarca local que afirma ter já pedido também à Câmara que crie uma espécie de mini-armazém que sirva de arrecadação à Junta de Freguesia e à Casa do Povo.
Como freguesia turística, activar a rede de caminhos e manter os caminhos antigos em condições é também um dos objectivos. Torna-se também importante proceder à construção de uma estação de tratamento de águas residuais e terminar a toponímia. O Arco de São Jorge precisa também um multibanco, serviço há muito tempo ambicionado pela população e da construção de uma estrada no sítio da Enseada. A Junta espera também que a Câmara inclua no seu programa os apoios a certas famílias da freguesia que estão com as suas habitações degradadas



Jornal da Madeira

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