sexta-feira, 26 de junho de 2009

Inaguração da Estrada de São Pedro e São Paulo (Porto Santo)

Jardim diz que os tempos actuais exigem
«Investimento a todo o custo»







A O presidente do Governo Regional diz que vivemos o tempo de atrair «investimento a todo o custo» e, por isso, não quer que haja qualquer «atrapalho» ou «complicação» para os novos projectos, sejam privados ou públicos.
Durante a inauguração da Estrada de São Pedro e São Paulo, no Porto Santo, Alberto João Jardim afirmou que recai sobre «todos os que estão na administração pública» esse «grande desafio de dar sucesso à «estratégia» de não impedir quem pretende criar mais riqueza.
«Tudo o que complicar, tudo o que atrapalhar tem de ser eliminado», avisou Jardim, numa inauguração que se encheu de pessoas devotas à Capela de São Pedro, à qual também o próprio presidente do Governo Regional tem uma ligação especial.
O templo fá—lo recordar tempos idos e as visitas do passado à ilha.
Sempre o impressionou não apenas a beleza física do monumento ou o seu enquadramento na paisagem, mas «havia como que uma atitude mística que se gerava dentro de nós e que nos fazia pensar em todos os problemas e as grandes questões transcendentais que fazem parte também do ser humano».
«A capela não é apenas para festas, é também para cada um, talvez muitas vezes necessitando de um certo isolamento pessoal, de uma certa reflexão, vir aqui, e, nesta paisagem maravilhosa que só a mão de Deus sabe fazer, encontrar o silêncio, o repouso para a sua reflexão pessoal», disse ainda.
A vontade de construir um novo acesso era antiga e, apesar da insistência do presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, só neste mandato foi possível construí-lo.
Agora, «fizemo-lo já não apenas com a preocupação de enquadrar este monumento, que é um templo de devoção do povo do Porto Santo, mas também com a preocupação de que com estes acessos estarmos já a planear outros que vão servir novos investimentos que se vão fazer nesta área», elucidou Jardim. O presidente referia-se a investimentos da imobiliária ligada à exploração do campo de golfe e aos outros que irão nascer na área até ao campo de futebol.

Sócrates e o
imperador Nero


No seu discurso, o presidente do Governo Regional recuperou uma passagem das palavras do bispo emérito do Funchal, D. Teodoro de Faria, quando falava sobre o Nero, o imperador que mandou incendiar Roma.
Hoje, disse o presidente, já não há “Neros” que incendeiam cidades, mas, «infelizmente há feitios, há maneiras de ser, que são dignas de um Nero. E quando se rouba dinheiro à Madeira e ao Porto Santo para se fazer política partidária não se queimou a cidade mas teve-se um comportamento de Nero, que é pôr o povo e as necessidades do povo em causa, não olhando aos deveres do Estado só para brincar aos partidos». Jardim não disse, mas referia-se a José Sócrates.
A propósito do primeiro-ministro, e já à margem da inauguração da estrada, o líder regional comentou as medidas sociais anunciadas anteontem por Sócrates no parlamento nacional.
Tal como a líder nacional do PSD, também Alberto João Jardim acha que Sócrates «está outra vez a enganar» os portugueses.
O primeiro-ministro está «a anunciar medidas que, como disse a Dra. Manuela Ferreira Leite, não têm cobertura orçamental. De maneira que das duas uma: ou está mais uma vez a enganar as pessoas ou, num desespero para caçar votos, vai cometer ilegalidades e vai cair outra vez sob a alçada do Tribunal de Contas», vaticina o governante regional.
«O caso Sócrates é um caso que só se acredita vendo», disse ainda, adiantando que a única maneira de ele ganhar apoio junto dos madeirenses é «indo embora». «É um caso perdido, uma letra vencida», classificou o presidente.

Jardim no Parlamento
a 22 de Julho


Por outro lado, o chefe do Executivo Regional confirmou a sua presença na Assembleia Legislativa da Madeira, a 22 de Julho, para o debate da proposta do PSD de revisão constitucional.
Jardim vai ao parlamento para defender «o assunto mais importante para o futuro da Madeira».
O presidente diz que os anti-autonomistas desvalorizam esta questão e preferem discutir o emprego e as questões sociais, mas Jardim lembra que «sem uma legislação constitucional que permita à Madeira se desenvolver ainda mais, não se resolve problema de emprego nenhum, nem problema social nenhum. Vamos continuar com remendos sujeitos à legislação colonial».
Daí que seja «fundamental» maior poder legislativo na Região Autónoma da Madeira para tratar os «problemas de uma maneira eficiente, que Lisboa demonstrou não ser capaz de enfrentar».
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal do Porto Santo destacou a «alegria» que o novo acesso à Capela de São Pedro trouxe aos porto-santenses.
«O novo acesso fará a Capela de São Pedro um templo religioso ainda mais atractivo», disse o autarca, destacando que a nova estrada cumpre «uma justa reivindicação do povo do Porto Santo e dos irmãos da Confraria de São Pedro».

A obra

A Estrada de São Pedro e São Paulo liga a marginal a um dos templos mais apreciados pelos porto-santenses.
Chegar à Capela de São Pedro, monumento construído nos finais do século XVIII, é agora bem mais fácil e cómodo, pois, para além da estrada de 920 metros de extensão, foram criados estacionamentos e passeios pedonais.
Os trabalhos executados compreenderam terraplanagens, redes de água e esgotos, pavimentação, rede de electricidade e telecomunicações. O acesso possui uma faixa de rodagem ascendente e outra descendente, ambas com quatro metros, separadas por uma floreira
O adro da Capela de São Pedro foi alvo de uma intervenção na reparação e reposição do pavimento degradado.
A obra custou 1.586.000 euros, sendo a comparticipação do Governo Regional de 95% e a da Câmara de 5%.


Jornal da Madeira

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