Manuel António Correia anuncia para os sectores agrícola, piscatório e pecuário
Certificação de origem para produtos regionais
A À semelhança do que já acontece com o mel de cana e com o bolo de mel, todos os produtos agrícolas, de pesca e ainda de pecuária, que forem produzidos na Madeira, passarão a ter um selo de certificação de origem. O anúncio foi feito ontem, pelo secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Manuel António Correia, durante mais uma edição da Festa da Cereja, que terminou ontem na freguesia do Jardim da Serra, no Estreito de Câmara de Lobos.
Logo após a visita às barracas de venda de cereja e derivados, o governante explicou que a iniciativa legislativa tem o propósito de criar uma maior distinção dos produtos regionais, em relação aos importados, que por vezes os próprios agentes económicos provocam a confusão para vender o que é de fora.
O governante explicou ainda que «este será um sistema de certificação simples, porque não pode atrapalhar, mas sim estimular a actividade económica» mas, garante, será rigoroso e terá formas de fiscalização para ter a certeza que os produtores e retalhistas usam o selo nos produtos regionais da Madeira.
Assegurando que o novo selo para os produtos do sector primário irá diferenciar, esclarecer o consumidor e ainda estimular o consumo dos mesmos, Manuel António Correia salienta que esta iniciativa surge como forma de corresponder ao crescimento da produção agrícola, pecuária e ainda piscatória.
Os últimos dados definitivos do Instituto Nacional de Estatística, referentes ao ano de 2006, sobre a produção agrícola na Madeira, indicam que houve uma receita de 66 milhões de euros. Comparativamente a 2001, houve um aumento de 22 milhões de euros, ano em que foi registado 44 milhões de euros de produto no sector agrícola da Madeira. «Neste pequeno lapso de tempo, houve um aumento de 50 por cento e estes números mostram que o sector está em grande crescimento», frisou o responsável.
Mesmo assim, Manuel António Correia voltou a salientar que pode haver um aumento nas receitas se os madeirenses adquirirem mais produtos regionais, «porque não podemos estimular a produção, se o agricultor não consegue vender».
Relativamente à Festa da Cereja, o responsável pela Agricultura na Madeira estava satisfeito com a produção que está a ser registada este ano, um dos melhores de sempre, em que a estimativa é de 220 toneladas de produção. Estes números correspondem ao esforço dos agricultores, com o apoio da Junta de Freguesia do Jardim da Serra, bem como dos serviços da Direcção Regional de Agricultura que estão a melhorar os povoamentos, com o aumento da área de cultivo, com mais árvores e espécies, tendo assim mais quantidade, qualidade e rendimento para os agricultores.
Cereja biológica tem potencial para crescer
Apesar de existir ainda alguns cépticos, são muitos os madeirenses que procuram já a cereja de produção biológica. No Jardim da Serra, existem seis agricultores que estão inscritos na Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais como produtores biológicos de cereja. Margarida Neto é uma das produtoras que há quatro anos produz cereja livre de químicos. Todos os dias vende a sua produção na Avenida Arriaga e ontem estava na Festa da Cereja com cerejas a 1,80 euros ao quilo, tal como a tradicional. «Tem-se vendido bem», começou por afirmar a agricultora que garante que o trabalho tem compensado, «nem que seja para a nossa saúde», disse a sorrir.
Aquela produtora ainda luta contra as pessoas que não acreditam nos benefícios do cultivo de produtos livres de pesticidas: «uns dizem que é a mesma coisa, outros dizem que não, mas a verdade é que isto é tudo controlado e certificado», salientou.
Na oportunidade, o secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Manuel António Correia, garantiu que a produção de cereja biológica está a aumentar, mas tem potencial para crescer mais. Aproveitou ainda a ocasião para apelar a todos os agricultores a se inscreverem na Secretaria, porque muitos já praticam o cultivo biológico, mas é necessário estar certificado.
Cortejo teve presença de Miss Madeira
Um dos pontos altos da Festa da Cereja foi o cortejo alegórico. Este ano, teve a participação especial da Miss Madeira de 2008, Cidália Rodrigues, natural da freguesia do Jardim da Serra, que foi a “rainha” da cereja. O desfile, além de festejar a produção, recordou algumas das tradições que já estão perdidas, como são as lavadeiras e ainda os lenhadores. A cozinha tradicional madeirense foi também retratada, bem como o transporte de cerejas para o mercado. No cortejo, houve ainda uma cereja “gigante”. As duas escolas da freguesias participaram com os trajes do Eco-Escolas, sendo que os utentes do Centro de Dia juntaram-se ao cortejo, organizado pela Casa do Povo do Jardim da Serra.
Festa da Cereja com muitos participantes
A cereja foi ontem rainha de uma festa que juntou milhares no Jardim da Serra, desde madeirenses, emigrantes e turistas que foram animados, durante todo o dia, por diversos grupos musicais. Mas a festa começou cedo com a missa às 10 horas, seguindo-se provas de atletismo. Pelas 16 horas, houve a entrega de prémios do Concurso da Cereja e uma hora depois houve uma demonstração gastronómica da “taça de queijo creme com compota de cereja”, pelo chefe Vítor Costa. Esta especialidade gastronómica foi dada a provar às entidades oficiais, durante a visita às barracas.
Jornal da Madeira
Aplausos para esta medida do Governo Regional
Uma chamada de atençao a Casa do Povo do Jardim da Serra por nao ter convidado o Grupo Tocares e Cantares do Jardim da Serra para a Festa das Cerejas .
Qualidade nao falta no Grupo do Jardim da Serra que mesmo Ontem actuaram na Festas da Sopas da Boaventura com grande Sucesso
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não serão aceites comentarios de anonimos