Férias cada vez mais perto de casa

Madeirenses estão a ponderar melhor os preços e dão referência a destinos próximos
Data: 15-06-2009

As férias de Verão estão aí à porta e muitos madeirenses já têm as férias programadas, reservadas e só falta mesmo fazerem as malas e embarcarem. É que nem em tempo de crise quem está habituado deixa de fazer férias em família. A questão está no preço a pagar, e nesse campo as agências de viagens e os operadores de turismo têm notado maior ponderação dos clientes na hora de escolher o destino de férias.

Canárias, Ilhas Baleares, Sul de Espanha e de Portugal, países da costa norte de África, Cabo Verde, entre outros mais ou menos perto da Madeira, incluindo, claro, o Porto Santo, são os preferidos. Mas há quem ainda prefira ir mais longe, como o Brasil, Cuba e Caraíbas, ou mesmo Indonésia e Tailândia. Destinos um pouco mais caros, que perdem perante o cenário de falta de confiança no futuro. Mas há também quem esteja a apanhar o 'gostinho' dos cruzeiros de turismo, a maior parte também com o pensamento em estar ao pé de casa. Mediterrâneo, países nórdicos e portos deste lado do Atlântico são as principais opções.

"Os nossos clientes têm optado por destinos relativamente perto", frisa Maria João Fernandes, da 'Madeira Viagens'. "Casos de Canárias, Tunísia ou eventualmente Malta" estão no topo da lista, com preços a não ultrapassarem os 900 euros para uma família. "Punta Cana, Jamaica, Riviera Maya e Cuba são os mais longíncuos, com preços a chegar aos 1.300 a 1.500 euros. Superior a 2.000 euros temos o Extremo Oriente, com destinos de praia como Puket ou Ilhas Phi Phi (Tailândia) ou a Polinésia francesa", exemplifica. "Também aconselho Israel, um destino de praias viradas para o Mediterrâneo, mas que as pessoas conhecem por outras razões. Também o Port Aventura no Sul de Espanha e que poucos conhecem".

Mas não há dúvida que cada vez mais os veraneantes madeirenses estão a dar prioridade à 'máxima' "vá de férias para perto de casa". Canárias e Sul de Espanha, aproveitando o 'ferry' da Naviera Armas, poupando ao máximo mas não abdicando da tradição de fazer das férias de Verão o período de ideal para descansar em família.

Também Maria Jorge Fraga, directora de exportação da Top Atlântico, salienta a maior ponderação dos madeirenses na hora de escolher. "A procura tem sido lenta, as pessoas fazem muitas contas, a pedirem muitos orçamentos e a ponderarem com maior demora. Mas já temos algumas confirmações de reservas. Não obstante estar a verificar-se boa procura, a concretização da reserva tem tido um ritmo mais lento que em anos anteriores", frisa. "As pessoas têm esperado pelas promoções, mas devem ter em atenção que, nalguns casos, depois os preços baixos podem já não existir na altura de fazerem férias", aconselha.

No entanto, a maior aposta da agência este ano é no mercado de cruzeiros, essencialmente no Mediterrâneo. "Estamos a conseguir fazer boas vendas neste tipo de produto, com a média de preços de 600 a 700 euros, sem incluir a viagem de liagação e estadia, que pode chegar aos 1.100 a 1.200 euros", realça.

Circuitos europeus, Itália, Praga, Buapeste, normalmente têm preços a rondar 1.200 a 1.300 euros. E há ainda os 'city breaks', viagens de 3 a 4 dias para cidades da Europa, como Paris que tem voos directos e fica à volta dos 600 euros/pessoa ou Berlim ou Viena, por pouco mais de 600 euros.

Um "clássico" são as ilhas Canárias, com pacotes a variarem entre os 300 aos 700 dependendo se é um apartamento ou uma unidade hoteleira à escolha do cliente.

Quem sabe de Canárias é Luciano Jardim, director-geral do MundoVip Madeira, que há anos faz deste destino o mais apreciado e experimentado pelos madeirenses, não só no Verão, bem como na Páscoa ou fins-de-semana prolongados.

"A nossa recomendação número um é as Canárias. Há voos directos todos os dias para Gran Canária e às sextas e segundas-feiras para Tenerife. Os preços são fantásticos, nunca vistos, a partir dos 290 euros, crianças até os 11 anos por 120 euros", resume a proposta para este Verão.

Sendo o principal destino de férias dos madeirenses há vários anos, o que está mais perto e com melhores preços, Luciano Jardim acredita que assim continuará a ser por muito tempo. No entanto, dá outras opções: circuito europeu com o preço de Lisboa igual ao do Funchal, e passa pela Itália, Europa Central, 'Benelux' (Bélgica Holanda e Luxemburgo), vale do Reno, Grécia, Egipto, Marrocos e Cuba.

O responsável garante que já Junho é um bom mês para viagens, pois as férias estão aí, mas as reservas mostram que há uma redução dos dias. "Nota-se que as pessoas têm diminuído o número de dias e também a optar por 4 estrelas, mas não deixam de fazer férias. Em contrapartida, está a aumentar o número de pessoas a viajar de avião", conclui.

Voo directo da Madeira traz alento ao turismo local



O anúncio da ligação directa entre os aeroportos do Funchal e de São Pedro, na ilha de São Vicente (Cabo Verde), tem gerado alguma expectativa nas entidades públicas e privadas da ilha caboverdiana.

Hoteleiros, agentes de viagens e câmara municipal local estão confiantes que a nova rota que os TACV - Transportes Aéreos de Cabo Verde, a realizar-se entre 16 de Julho e 10 de Setembro, levará muitos madeirenses a escolher este destino para umas férias diferentes do habitual.

É aliás nesta diferenciação, consubstanciada num clima favorável todo o ano, praias paradisíacas, um gosto pela cultura musical à 'flor da pele' e uma população afável e acolhedora, à distância de cerca de três horas, que muitos poderão mudar de ideias face a outros destinos habituais.

As partidas do Funchal realizar-se-ão às quintas-feiras, às 19h50, com chegada prevista a São Vicente às 20h40 locais (duas horas a menos que na Madeira). Neste momento já há agências de viagens da Madeira a promover esta nova rota, com preços entre os 789 e os 900 euros, tal como noticiamos na edição de 7 de Junho.


DN Madeira