Câmara pretende diminuir o trânsito automóvel no centro da cidade
Depois de um “ensaio” realizado no Natal passado, a Câmara Municipal do Funchal volta a disponibilizar gratuitamente à população, viagens em quatro autocarros ecológicos que ligam as principais artérias da cidade, com passagens pelas zonas escolar e turística. Um «investimento ambiental» que visa «diminuir a poluição, melhorar a qualidade de vida dos munícipes e diminuir o tráfego de veículos individuais, sobretudo na baixa do Funchal.»
A partir do próximo dia 1 de Setembro, e nos seis meses seguintes, os quatro autocarros ecológicos, da Linha Eco da Empresa Horários do Funchal, vão poder ser utilizados gratuitamente pela população.
A medida, apresentada ontem em conferência de imprensa que juntou o presidente da Câmara Municipal do Funchal, secretária regional do Turismo e Transportes, e presidente da empresa de transportes colectivos Horário do Funchal (HF), é entendida por estes responsáveis como sendo «mais um passo no sentido de melhorar a qualidade de vida dos munícipes e visitantes no centro da cidade».
Esta medida, segundo referiu Miguel Albuquerque, vai custar à Câmara cerca de 37 mil euros através de publicidade institucional.
Embora os ganhos não sejam «mensuráveis em termos de dinheiro», o autarca explicou que o grande objectivo está «na melhoria da circulação e igualdade de oportunidades para os cidadãos».
Uma vez que se trata de um «investimento ambiental», Miguel Albuquerque disse ainda que espera com esta medida diminuir a poluição, melhorar a qualidade de vida dos munícipes, diminuir o tráfego de veículos individuais, sobretudo na baixa do Funchal, e proporcionar às pessoas com pouca mobilidade a possibilidade de circularem no centro da cidade de «forma agradável e segura».
Neste sentido, o autarca revelou que «cai pela base qualquer argumento, no sentido de se dizer que a baixa da cidade não tem transportes, nem possibilidade de mobilidade, a não ser pedonal», frisando que «o Funchal não tem só um autocarro tecnologicamente avançado como tem a possibilidade de circular aqui no centro abrangendo a zona das escolas de forma gratuita».
De salientar que este projecto nasceu a partir de um “ensaio” realizado, com sucesso, na época do Natal, altura em que foi colocado ao dispor da população a “Linha Eco” sem qualquer encargo para os utilizadores. Desse ensaio, o responsável pela Empresa Horários do Funchal, Nuno Homem Costa, revelou que registou-se um acréscimo de 200 por cento, mil para três mil pessoas transportadas numa semana».
Expectante quanto ao impacto que estes seis meses com linha gratuita terão junto da população, Miguel Albuquerque frisou que embora este seja um ensaio de seis meses, «estamos convencidos que vai ter tamanho sucesso que depois teremos de protelá-lo durante bastante tempo».
Esta nova oferta de transporte gratuito será assegurado por quatro autocarros do modelo Gulliver, não poluentes, que compõem a "Linha Eco"da HF, com 5,3 metros de comprimento, com lotação para oito passageiros sentados, 11 em pé e uma cadeira de rodas.
Linha Verde nascerá em Setembro
O presidente da Câmara anunciou ontem também que em Setembro próximo surgirá também uma “Linha Verde” isto é, um acordo com a Secretaria Regional do Turismo e Transportes, que colocará um autocarro a circular de 10 minutos entre a zona oeste da cidade e o centro do Funchal, sendo que, através de protocolos e pacotes de bilhetes com hotéis, acabará com a necessidade de serem usados veículos de grande porte para transporte de turistas, que são neste momento factor de congestionamento na marginal da cidade.
A este respeito, Conceição Estudante explicou que o projecto integra-se em «estratégias de desenvolvimento da Horários do Funchal em concertação com a Câmara Municipal» e que o objectivo é tornar o Funchal «uma cidade cada vez mais moderna», sendo que tal passa por uma política de transportes alternativos.
Na opinião da secretária regional do Turismo e Transportes, «estes veículos estão neste momento a serem utilizados como forma de transformação dos hábitos dos cidadãos da cidade do Funchal. Esta forma de chegar gratuitamente às pessoas não visa outra coisa que não a sua sensibilidade e a sua habituação porque, a partir do momento em que tem de passar a hábito automatizado, é mais fácil passar a utilizar este e os outros que virão».
Albuquerque garante que esta não é uma medida eleitoralista
Questionado se esta poderia ser entendida como uma medida eleitoralista, Miguel Albuquerque, que se recandidata para mais um mandato na CMF, rejeitou a crítica desta ser considerada uma medida eleitoralista, afirmando que «já estou há 15 anos na Câmara. Estas são políticas que temos de seguir e os veículos já estão a circular há mais tempo».
Jornal da Madeira
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