sábado, 29 de agosto de 2009

Produção de douradas atingirá as 700 toneladas

Manuel António diz que mais de 70% vai para exportação







A O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, que ontem visitou a “Ilha Peixe”, situada em Gaula, considerou aquela empresa como um bom exemplo de desenvolvimento económico. Pois, segundo Manuel António Correia, «o desenvolvimento económico da Região depende de dois factores, que é a diminuição das importações e aumentar as exportações».
É que, tal como tinha sido referido, anteriormente, pelo empresário, José Ornelas, gerente da “Ilha Peixe”, toda a produção da empresa tem tido escoamento, quer para o mercado regional, quer para o continente, onde é absorvida mais de metade daquilo que produzem, em especial, a dourada (que representa a maior fatia) e o peixe-espada-preta.
José Ornelas referiu ainda que até ao final do ano, a “Ilha Peixe” deverá facturar cerca de uma milhão de euros. Numa outra perspectiva, o empresário, que dá emprego a mais de 60 trabalhadores, anunciou também que, ainda este ano, irá avançar com as obras de ampliação das instalações — cujo projecto já está aprovado.
Manuel António Correia congratulou-se com mais este investimento, o qual, segundo o governante, vem de encontro também ao aumento da produção aquícola, principalmente, dourada, que passou das 35 toneladas, em 2005, para as 700 toneladas previstas para este ano.
Segundo o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, «isto permite baixar a importação e, por outro lado, permite aumentar a exportação, uma vez que dessas 700 toneladas, 500 toneladas, ou seja mais de 70% vai para exportação. E, quando sai o peixe, entra dinheiro na Região».
Manuel António Correia disse ainda que as cerca de 700 toneladas de douradas produzidas em aquicultura, deverá «criar uma riqueza de 2,4 milhões de euros por ano. Relativamente à média da produção do sector pesqueiro da Região, nos últimos anos — que está situada à volta das sete mil toneladas —, as douradas representam já 10 por cento dessa produção».
Porém, ressalvou o governante, «o aumento da produção de dourada, que é um bom exemplo dos recursos naturais, não prejudica os sectores tradicionais, antes pelo contrário, complementa, nomeadamente o atum e a espada, porque não concorre com eles, concorre com as outras regiões que produzem dourada».

Desenvolvimento autonómico
ligado ao progesso económico


Ainda a propósito do progresso, Manuel António Correia disse que «o desenvolvimento económico é um pressuposto do desenvolvimento da Autonomia, do crescimento da Autonomia. Para sermos cada vez mais autónomos — que todos queremos ser — precisamos também, cada vez mais, de autonomia económica».
Para o governante, é possível considerar a dourada da Madeira, como uma imagem de marca, a exemplo do que já acontece com outros produtos como a banana, ou o vinho. E isto, tal como afirmou, é fruto das especificidades da Região, as quais prendem-se, sobretudo, com questões naturais, ambientais e climáticas.

Peixe conquista
fama no mercado nacional


Segundo o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, «neste momento, no mercado da dourada, a nível nacional, já corre a mesma ideia de que a dourada da Madeira é específica, é diferente, tem uma textura própria, tem um sabor próprio, precisamente, porque é marcada pelas suas condições naturais. A natureza é que fará muita da diferenciação económica no futuro».
Na oportunidade, o governante recordou também que apesar dos constrangimentos, nomeadamente a necessidade de importarmos factores de produção, depois pagar transportes para chegar aos mercados, mas temos também algumas vantagens competitivas. Por exemplo, o ciclo de produção é mais curto na Madeira, devido à qualidade e à temperatura das nossas águas».
Uma outra nota realçada por Manuel António Correia prende-se com o facto das caixas de embalamento do peixe utilizadas pela “Ilha Peixe” — sobretudo para a exportação — serem, desde Junho deste ano, produzidas na Região, numa empresa situada na Zona Franca. Segundo o governante, isso é duplamente satisfatório, quer em termos económicos, porque ficam mais baratas, quer do ponto de vista ambiental, dado que a empresa que produz essas caixas de esferovite, fá-lo a partir de processos de reciclagem.

Secretário garante escoamento do vinho

O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais disse ontem, à margem da visita à empresa “Ilha Peixe”, em Gaula, que a presidência do Instituto do Vinho, Bordado e Tapeçaria da Madeira ficará «a título transitório e até à nomeação definitiva do novo presidente — o que só faremos após a vindima, porque consideramos que seria perturbador, nesta época, que já começou há já algum tempo, estar a mudar a constituição da equipa a meio do jogo — e, portanto, a engenheira Paula Cabaço exercerá a presidência durante este período de vindima, até à nomeação do novo presidente».
Manuel António aproveitou a oportunidade para dizer «aos agricultores que está tudo tratado para assegurar o escoamento total da produção, desde que ela tenha as condições necessárias para isso, nomeadamente, o grau. E, portanto, será mais um ano estável do sector».
O escoamento da produção, tal como afirmou, «já está articulado com as empresas, nomeadamente, através de uma linha de crédito que lhe vai criar disponibilidade financeira, cujo objectivo é criar liquidez nas empresas — no momento em que, devido à crise internacional, também tem vindo a vender menos. Mas, o grande objectivo é, através das empresas, ajudar os agricultores».


Jornal da Madeira

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