terça-feira, 25 de agosto de 2009

Frente Mar com mais gente nos complexos

As expectativas para esta época balnear não eram as melhores. Contudo, o número de entradas, em todos os espaços geridos pela Frente MarFunchal, foi superior ao de anos anteriores










JORNAL da MADEIRA- Estamos a meio de mais uma época balnear e aquilo que lhe perguntava, em primeiro lugar, é qual o balanço que faz em termos de entradas nos complexos balneares geridos pela Frente MarFunchal?
Ricardo Nunes - As expectativas eram más por causa da crise, por causa da gripe A, por causa de uma série de factores que nos levavam a pensar que, este Verão, íamos ser afectados negativamente. No entanto, estamos bastante satisfeitos. Posso lhe dizer que relativamente ao ano passado, tivemos um acréscimo de 17 por cento de entradas no complexo balnear do Lido, enquanto que as entradas na Ponta Gorda aumentaram os 12 por cento. A Barreirinha e as Poças do Gomes registaram também um aumento de 7 a 8 por cento, sensivelmente. Estamos a falar das entradas na época de Verão que começou a 1 de Julho. Estes números reportam-se até o dia de ontem (19 de Agosto).

JM - Em termos de números, pode especificar ?
RN- Em relação a 2008, em Julho, tivemos 59 mil e 725 ingressos nos complexos balneares da Frente MarFunchal. No mesmo mês, mas do corrente ano, tivemos 91 mil e 294 entradas. Em Agosto de 2008, registámos quase 101 mil ingressos. Este ano, não temos ainda números mas temos a certeza que vamos ultrapassar os verificados no ano passado. Provavelmente, muitos dos utentes iriam sair da Madeira mas acabaram por não o fazer à conta da gripe A... Para a Frente MarFunchal, isso foi benéfico.

JM - Esses dados vêm contrariar a crise e as afirmações de que entrar nos complexos balneares do Funchal é caro...
RN - As pessoas dizem que 3, 10 euros é caro. Mas essa entrada é turística ou para quem só vai aos complexos balneares esporadicamente. Quem tem cartão, os preços não são esses. Este ano, criou-se a possibilidade do pacote família numerosa. A Câmara do Funchal arrancou com esta medida que vem proporcionar uma entrada de 1,09 euros. Para a família normal, cada entrada custa 1,89 euros. O que quer dizer que, comprando o pacote familiar, ou pelo menos cinco entradas, usufrui de ingressos no valor de 1,89. Antigamente, o carregamento obrigatório era de 20 entradas. Agora é de cinco. Acho, por isso, que não há razões para queixas. Nem uma carteira de cigarros se custa uma entrada.

JM - E as praias francas também registado mais gente?
RN - Sim. Também temos notado mais pessoas nas praias Formosa, do Gorgulho e de São Tiago.


JM - Este Verão, parece ter havido muitas queixas quanto à sujidade do mar.
RN - A situação do mar já foge à nossa questão da gestão da Frente MarFunchal. A Frente MarFunchal é uma empresa municipal para gerir os complexos. Ora, tudo o que é mar é Autoridade Marítima, Capitania do Porto do Funchal. Admito que o mar tem sido alvo de alguma poluição, digamos. Este ano, em colaboração com Capitania, criámos uma ligação forte em termos de combater o lixo que dá à costa que é o que incomoda os nossos utentes. Deste modo, reforçámo-nos com mais uma embarcação.

JM - Quantas embarcações a Frente MarFunchal dispõe?
RN - Neste momento, dispomos de cinco embarcações que, desde manhã (a primeira saída é às 8 horas) e até a tarde, “varrem” o mar ao longo desta costa entre a Barreirinha e a Praia do Funchal.

JM - E qual o resultado desse trabalho?
RN - Recolhemos, geralmente, por meia hora, uma quantidade de lixo que ronda os 50 a 60 quilos. Essa quantidade é recolhida, na maioria das vezes, de manhã. Depois, ao longo do dia, aparece menos lixo.

JM- As recolhas são feitas quantas vezes ao dia?
RN- As recolhas acontecem quatro vezes por dia. Temos um período que vai das 8 às 11 horas. Depois disso, sai outra embarcação. Na parte da tarde, há mais saídas. Devo-lhe dizer que em dias de levadia, apanhamos muito mais lixo. Nessas alturas, encontramos uma quantidade de lixo que assusta.

JM- Esta situação do lixo está pior em relação a anos anteriores?
RN- Sempre houve mas, em termos de quantidade, admito que este ano, está pior.

JM- Já sabem de onde provém este lixo?
RN- Não. Algum lixo vem das embarcações e é despejado no mar. Outro não é das embarcações. Mas não sei de onde vem...


JM- No Lido, no meio da sujidade, vê-se muitas penas e algum óleo...
RN- As penas são de gaivotas. Dão à costa, geralmente, de manhã e com a preia-mar. É claro que é extremamente incomodativo, em particular no que diz respeito ao aspecto visual. A Frente MarFunchal está constantemente a limpar esse tipo de sujidade. Ainda ontem, acabámos um trabalho de limpeza na Praia Formosa pelas 20 horas e 30 minutos.

JM- As alforrecas têm sido outra dor de cabeça para os banhistas. Seja nos espaços da Frente MarFunchal ou não. Quantas assistências a empresa já deve de dar a banhistas picados por águas vivas?
RN- Até a data, já registámos 72 assistências. Infelizmente, esta é uma situação que também nos ultrapassa. Os nadadores-salvadores têm indicações de que, em caso da existência de alforrecas, têm de içar a bandeira amarela. E isso têm feito. Estão constantemente a alertar os utentes. Por aquilo que sei, têm tido cuidados redobrados.

JM- Quantas pessoas é que trabalham para a limpeza e bom funcionamento dos espaços geridos pela Frente MarFunchal?
RN- Actualmente, temos 97 pessoas. Mas esta empresa é sazonal. No Inverno, temos apenas 45. Fizemos um reforço na limpeza e no número de nadadores salvadores. Temos os nossos nadadores salvadores (que são seis) e vieram mais uns tantos (36) do SANAS que nos acompanham em todas as praias que estão sob a nossa gestão.

JM- Quer falar do programa de actividades da Frente MarFunchal para este Verão?
RN- Este ano, tivemos duas grandes novidades: a renovação dos parques infantis do Lido e da Ponta Gorda e . Para além disso, criámos um centro de hidrolinfa no Lido, o qual já funciona há sensivelmente 3 semanas. Criámos também um centro de massagens que está ao dispor não só dos utentes do complexo balnear do Lido como a todas as pessoas do exterior. A entrada é livre e qualquer pessoa pode frequentar esses serviços.

JM- Esses serviços já estão a funcionar...
RN- Sim e serão inaugurados na próxima segunda-feira (hoje), pelas 12 horas. O valor total deste investimento foi de mais de 50 mil euros.

JM-Tem havido muita adesão a estes novos serviços?
RN- Sim. Ultrapassou, de longe, as expectativas dos funcionários.

JM- E novidades?
RN-Na Ponta Gorda, fizemos uma coisa este ano que já era para ter avançado no ano passado. Criámos um SPA beach. Neste momento, já está em funcionamento e tem uma série de tratamentos. O espaço encontra-se no piso (-1) do complexo balnear da Ponta Gorda e tem recebido muitos elogios dos utentes. A aposta foi ganha. Está a correr muito bem. O SPA Beach também é apresentado segunda-feira (hoje) pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal.

JM-Esse investimento pode ser estendido a outros complexos?
RN-Estamos a pensar avançar com investimento igual, no próximo ano, no Lido. Vamos ver. Vamos calcular custos e ver se vale a pena essa aposta naquele espaço.

Os raios ultra-violetas têm estado no seu índice mais elevado mas, ainda assim, as pessoas continuam a procurar as praias e, curioso, sobretudo nas horas mais perigosas.
Ricardo Nunes diz-nos que é a partir das 11 horas da manhã que os complexos balneares e as praias francas começam a encher de banhistas.



Jornal da Madeira

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