Descer as ribeiras madeirenses é mais do que uma aventura
Descer as ribeiras madeirenses é mais do que uma aventura. É um prazer, mesmo para os mais temerosos. Num cenário desconhecido pela generalidade dos madeirenses, que passam ao lado dos lugares mais recônditos e se deixam deslumbrar por imagens idílicas das selvas das Caraíbas ou das Américas, esquecendo-se que, muitas vezes, a dois passos, têm locais de sonho.
O Clube Naval do Seixal organizou, na semana passada, uma descida da Ribeira de João Gomes. Rui Nélson ficou deslumbrado. A começar pela limpeza do canal: só descortinou uma garrafa de refrigerante. Depois, pela beleza do curso, com cascatas lindíssimas. De tal forma foi o entusiasmo, que já prepararam a ribeira para descidas de outros praticantes. As argolas e algumas cordas de segurança estão montadas.
«As pessoas podem subir de teleférico e depois descem a ribeira a partir das Babosas. De repente, já estão na baixa do Funchal», realça.
Na Região, o Ribeiro Frio e a Ribeira das Cales são considerados os ideais para os iniciados. Porque são lindas e fáceis de realizar.
Na Madeira, o “paraíso” do “canyoning” são o Ribeiro Bonito e a Ribeira do Inferno, no Porto Moniz. E o vale do Chão da Ribeira é o mais espectacular, com as suas mais do que muitas cascatas.
Neste momento, destaca Rui Nélson, já há duas ou três empresas a fazerem actividades, pagas.
Descer uma ribeira é, de facto, uma experiência fantástica. A adrenalina provocada pelo “rápel” é potenciada pela água que salta por todo o lado, no meio de um cenário deslumbrante e de uma floresta luxuriante. É algo para se recordar e para se repetir. De preferência num outro percurso. Porque na Madeira não há falta deles... E no Inverno ainda é melhor, A quantidade de água é tanta que causa verdadeiros tabogãs!
Rocha da Silva contra os exageros
O director regional das Florestas considera que o caldeironismo (conforme pessoalmente prefere chamar à descida de ribeiras, sublinhando que a Região não tem “canyon’s”, ou seja desfiladeiros, mas sim vales e ribeiras) tem grande potencial turístico.
Mas, como tudo, tudo depende da forma como as actividades serão programadas e executadas pelos seus participantes. Porque, lembra, a massificação poderá ser perniciosa à Natureza.
O director regional das Florestas sublinha que há destinos que apostaram fortemente no “canyoning” e que hoje já estão a diminuir essa promoção, devido ao impacto da actividade no Meio Ambiente.
Enfim, o “canyoning” até pode e deve ser uma boa aposta para a Madeira, mas sempre de forma controlada, como todas as actividades ligadas ao Meio Ambiente.
Segundo Rocha da Silva, a Madeira é um dos lugares do mundo com melhores condições para aquele tipo de actividade, atendendo à beleza das paisagens, à proximidade e à espectacularidade dos percursos e ao clima.
Portanto, a DRF nada tem a opor à realização das actividades, desde que as mesmas respeitem a Natureza e sejam feitas em segurança.
Jornal da Madeira
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