sábado, 29 de agosto de 2009

Entrevista a António Castro Presidente da ACIPS (Associação Comercial e Industrial do Porto Santo)

António Castro realça importância da Expo Porto Santo/Nautitur para a promoção da “ilha dourada”
«Porto Santo vive essencialmente do turismo e dos serviços
»







Jornal da Madeira - A 12.º Expo Porto Santo/Nautitur é inaugurada hoje. O que é que o público vai encontrar de diferente na edição deste ano?
António Castro - Este ano inovamos na organização do evento dando mais destaque às vertentes desportiva e cultural, procurando fazer algo de diferente do que se faz em eventos deste género. É necessário oferecer cada vez mais inovação para continuar o sucesso que nós temos tido com a organização da Expo Porto Santo/Nautitur. Daí que esta inovação torna-se realidade em 2009.
Nesse sentido, temos a participação de vários clubes, nomeadamente do Porto Santo, ligadas ao desporto que vão fazer com que façamos também um projecto desportivo, nomeadamente com a realização de provas desportivas, como no ténis, além da presença de carros de rali, que vão estar em exposição, de modo a cativar a atenção das camadas mais jovens.
Assim, apostamos fortemente na vertente desportiva integrado na Expo Porto Santo/Nautitur 2009.

JM - A aposta na vertente desportiva e cultural é, portanto, também uma forma de aproximar mais a feira das pessoas que a visitam?
AC – Exactamente. E também é uma forma de demonstrar a todos os que nos visitam, o empenho do Governo Regional ao nível desportivo e a sua importância para levar as camadas mais jovens a enveredar pela prática do desporto.

JM - Esta foi a forma que a ACIPS encontrou para responder ao desafio deixado pelo Presidente do Governo Regional aquando da inauguração da feira na edição do ano passado?
AC - Sim. O Presidente do Governo alertou-nos, e muito bem, que este tipo de eventos tem de ser inovado. Não apenas no Porto Santo, mas em todo o lado. Assim, nós captamos muito bem a mensagem do Presidente do Governo Regional, que tem sido o nosso grande apoiante, pelo que este ano estamos a tentar melhorar o evento, procurando responder aos parâmetros traçados pelo próprio Governo.

JM -
Todavia, o Presidente do Governo Regional disse também o ano passado que a organização da feira teria de obedecer a novas regras, nomeadamente num maior esforço por parte dos expositores? A organização do evento este ano já houve essa preocupação de levar os expositores a terem uma participação mais activa?
AC – Todos os expositores consideram a Expo Porto Santo/Nautitur uma plataforma de negócios. Mas acima de tudo, a Expo Porto Santo quando teve o seu início, em 2000, o objectivo não era apenas mostrar o potencial económico e industrial que o Porto Santo tinha nestas áereas, mas sim também trazer e captar mais gente para o Porto Santo, para que façam férias na ilha. Esta componente também é importante, pois os expositores do exterior ao participaram na Expo Porto Santo têm duas componentes, uma que é a parte comercial, no decorrer do evento, e outra de lazer, que é fazer férias no Porto Santo, movimentando toda a indústria turística e o comércio local. É um evento essencial para prolongar o Verão no Porto Santo durante o mês de Setembro.
A ACIPS tem todos os anos a preocupação de que os expositores tenham uma participação activa. Tivemos foi que seleccionar os expositores de ano para ano, pois a experiência diz-nos que um projecto desta natureza tem de ser em qualidade e não em quantidade.

JM -
Isso quer dizer que o esforço financeiro será mais dividido entre a organização e os participantes?
AC - É claro que para os expositores da Madeira e do Porto Santo estarem presentes na feira tem de haver da parte da ACIPS apoios para que estejam presentes. Este ano não podemos dar os apoios nos transportes, mas estamos a dar uma redução de valores no próprio stand. Há uma partilha de esforço entre os expositores e a ACIPS, assim como nós não vamos cobrar as entradas, pois não queremos de forma alguma bloquear a entrada de pessoas.

JM - De onde vêm os principais apoios para a realização da feira?
AC – Os principais apoios vêm da Vice-Presidência do Governo Regional, que nos destina um valor anualmente, e do IDRAM, uma vez que este ano temos uma forte componente desportiva.

JM - Anunciou, na apresentação da 12.ª Expo Porto Santo/Nautitur, a participação de 90 empresas regionais e nacionais. Houve, portanto, uma resposta positiva da parte das empresas?
AC - Sim, houve uma resposta muito positiva das empresas e neste momento temos o evento lotado, com uma grande participação num projecto inovador. Acima de tudo, tem de imperar a qualidade e a inovação, assim como procuramos diversificação nas empresas participantes, com produtos que não existem no mercado local, para que não haja concorrência entre as empresas participantes e as empresas que já estão no mercado local.
Assim, estão representados vários sectores, nomeadamente do Comércio, Indústria e Serviços, com destaque para o sector turísticos e alimentar, pois também organizamos o 2.º Mercado Agrícola em parceria com a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, além de termos também a parte náutica e desportiva.

JM - E quanto ao tecido empresarial do Porto Santo, a resposta à participação na Expo Porto Santo também foi positiva?
AC – A resposta tem aumentado de ano para ano. O tecido empresarial do Porto Santo está a perceber a importância deste evento para a economia da ilha e também da Madeira e, por isso, estão cada vez mais a aderir. Em relação ao ano passado temos a participação de mais 25 empresas. Num total de 90, temos a presença de 33 empresas do Porto Santo, o que é muito significativo.

JM - Com o aumento do número de camas na “ilha dourada”, é de prever que todas as actividades ligadas directa ou indirectamente à indústria turística tenham uma presença cada vez maior no evento? Esse é um factor que poderá levar um maior número de empresas deste sector a participar na Expo Porto Santo?
AC - Temos assegurada a presença de todos os hotéis do Porto Santo na feira, assim como de muitas empresas que oferecem produtos e serviços na área da actividade turística. Vamos ter, nomeadamente, a presença da marca CR7, empresa de pronto a vestir do Cristiano Ronaldo, o que vai ser importante para o evento, uma vez que o mesmo é visitado por muitos continentais.
O Porto Santo vive essencialmente do turismo e dos serviços, não vive da agricultura nem da pesca, por isso este é um mercado que temos de trabalhar. Temos de ter transportes mais acessíveis, sobretudo o transporte aéreo. Até questiono se não será necessário criar uma Associação de Promoção do Porto Santo para divulgar e vender a oferta turística da ilha na Madeira. É uma questão que deixo no ar.

JM - A ACIPS promete uma feira com qualidade, com vários eventos culturais e desportivos à mistura.
AC – Nós projectamos uma feira com a qualidade que todos, desde os portossantenses, madeirenses, continentais e estrangeiros, merecem. Temos melhorado de ano para ano, além de que a ACIPS tem certificação de qualidade na organização de eventos e na formação profissional. É, portanto, uma área em que sabemos dar conta do recado.
Durante o decorrer do evento vamos ter vários seminários temático, nomeadamente no dia 31, sobre “O reforço da confiança no sistema financeiro: Vias de desenvolvimento”.
Temos o 2.º Mercado dos Agricultores e o 5.º Festival Gastronómico, organizados paralelamente à feira, além de que iremos ter uma animação diária.
Vamos ter também as visitas oficiais, sendo que o Presidente do Governo Regional irá presidir, hoje, à sessão de abertura da 12.ª Expo Porto Santo/Nautitur, às 19 horas.

JM - Quantos visitantes esperam na edição deste ano da Expo Porto Santo/Nautitur?
AC - O ano passado tivemos 40 mil visitantes e este ano esperamos um número igual ou superior, pois as entradas são gratuitas.


Jornal da Madeira

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