Eólicas garantem já 6,5% da energia produzida na Região, o suficiente para abastecer 27.500 casas de seis dos concelhos da Região
Prevê-se, para 2012, uma penetração eólica de 9,8% e uma participação renovável de 22%.
Data: 22-08-2009
Há pelo menos 27.500 casas na Região que podem ser abastecidas de energia produzida pelo...vento. Ou seja, a produção eólica passou a representar 71 GWH por ano, o equivalente a 6,5% da produção anual de energia eléctrica.
Esta é a alteração mais significativa resultante da entrada em funcionamento dos mais recentes parques instalados na Região, da iniciativa da Empresa de Electricidade da Madeira no Loiral (5,1 MW) e da WindMad, empresa do Grupo Sousa (2,55 MW), ambos no Paúl da Serra. Registou-se, também, a entrada em exploração do Parque das Pedras, também da EEM (10,2 MW).
Machico, Calheta, Ponta do Sol
A produção eólica total passará, assim, a corresponder ao consumo anual doméstico dos concelhos de Machico, Calheta, Ponta do Sol, Santana, São Vicente e Porto Moniz.
Além dos parques já referidos, está planeada, até final do próximo ano de 2010, a instalação de dois novos parques eólicos: um de iniciativa privada com 10 MW e a ampliação do parque eólico do Loiral da EEM (5MW). Com base nestes investimentos, prevê-se, para 2012, uma penetração eólica de 9,8% e uma participação renovável (hídrica, eólica, resíduos, fotovoltaica e microgeração) de 22%.
Todos estes investimentos, enquadrados nos projectos hídricos/eólicos, só foram possíveis de concretizar pela mudança de filosofia de exploração das centrais hidroeléctricas da Empresa de Electricidade da Madeira, nomeadamente, após a entrada em funcionamento do Sistema Hidroeléctrico Reversível dos Socorridos.
Poupar 13.700 toneladas de fuel
Este permite a sua exploração durante todo o ano, independentemente da ocorrência de pluviosidade, através da retenção, acumulação e bombagem de água, viabilizando o encaixe da energia eólica entretanto produzida.
Com a actual capacidade de produção instalada, a Madeira vai evitar a importação de 13.700 toneladas de fuel, evitando a emissão de 43 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera.
Em termos monetários e considerando as cotações correntes, as emissões de poluentes evitadas pela produção eólica representam, anualmente, uma poupança de 600 mil euros em aquisições de licenças de emissão de CO2 e uma economia de 4,1 milhões de euros com a redução da importação de derivados de petróleo.
Embora não existam limites de quota para a instalação de novos parques eólicos, Rui Rebelo - presidente da EEM - esclarece que "há restrições e estas decorrem exclusivamente de razões de ordem técnica, que têm a ver com a manutenção da estabilidade da rede.
Novas eólicas limitadas...
Numa rede pequena e isolada, como é o caso da Madeira, a integração de uma energia intermitente, como a eólica, tem de obedecer a limites que não ponham em causa a estabilidade do sistema, nomeadamente os níveis de frequência e de tensão, sendo certo que também não se poderá exceder 8% da potência de curto-circuito em cada ponto de interligação". Admitindo que "será possível incrementar a penetração deste tipo de energia", Rebelo deixa claro que isso só será possível quando se concretizarem "as programadas transformações dos sistemas hidroeléctricos da Calheta e da Serra de Água, que deverão ter lugar até 2017", garantindo deste modo a transformação de centrais hidroeléctricas a fio de água, em centrais de funcionamento contínuo (reversíveis).
... ao projecto da Calheta
Assim, a ampliação do Aproveitamento Hidroeléctrico da Calheta, que se encontra em fase final de projecto, induzirá o aumento de 30 MW de potência hídrica e de 25 MW de potência eólica, o que vai contribuir, decisivamente, para que a penetração de energias renováveis atinja já 30% em 2016/17.
No imediato, o investimento já realizado no sistema hidroeléctrico dos Socorridos permite o encaixe de mais 15 MW, existindo a expectativa que a evolução tecnológica, que se verifica a um ritmo muito elevado, possa permitir ultrapassar alguns dos constrangimentos que ora se colocam. Se tudo correr conforme planeado, dentro de poucos anos a Madeira terá uma produção de energia a partir do vento capaz de fornecer os consumidores de todos os concelhos, com excepção do Funchal.
Todos podem concorrer a uma licença
É uma das polémicas que alimenta suspeições de favorecimento na atribuição de licenças. E a dúvida tinha de ser colocada: Como é que se obtém uma licença para produzir energia eléctrica a partir do vento? Segundo apuramos, a atribuição de licenças aos operadores é da responsabilidade da Direcção Regional de Comércio Indústria e Energia. Garante a responsável por este departamento do Governo Regional, Isabel Rodrigues, que "pode candidatar-se quem estiver interessado em investir, sem qualquer restrição".
Rui Rebelo, o presidente da Empresa de Electricidade da Madeira, é mais prudente e esclarece que não pode garantir a compra toda a energia do vento no futuro. E esclarece: "Estamos na presença de uma rede eléctrica isolada, pelo que existem constrangimentos técnicos e económicos que limitam a capacidade de expansão deste tipo de energia com características intermitentes".
O que fica claro, de acordo com a Direcção Regional do Comércio, Indústria e Energia é que "não existem prazos de admissão das propostas dos empresários, mas sim de quota de potência disponível para a Região".
Qualquer empresário interessado em investir nesta área de negócio tem de efectuar um pedido de informação prévia e depois solicitar a atribuição de um ponto de recepção de energia eléctrica. Só depois é que poderá obter a licença de estabelecimento, sendo certo que antes de iniciar a exploração terá de garantir, também, a licença de exploração.
Actualmente, os licenciamentos de instalações electroprodutoras (independentes) são realizados ao abrigo do Decreto-Lei n.º 312/2001 de 10 de Dezembro.
Resta acrescentar que em relação aos operadores já instalados, um foi licenciado em 1992 (Perform 3), três em 1993 - Energolica, ITI M&J Pestana e Perform 3 - um em 2007 (Enereem) e dois em 2009: Enereem e WindMad.
CALHETA GANHA
As empresas com parques eólicos são obrigadas a pagar aos municípios uma renda de 2,5% sobre o pagamento mensal feito pela entidade receptora da electricidade produzida. Esta e outras obrigações, bem como o tarifário a pagar pela entidade compradora, está a suscitar grande polémica a nível nacional, com a EDP e outras empresas a recusaram mais investimentos no sector.
11% da energia
Segundo a Direcção-Geral de Energia, em 2008 a produção eólica aumentou 42% face ao ano anterior, representando 11% do consumo total de energia abastecido pela rede pública nacional. Em 2012 a energia gerada a partir do vento ascenderá a 22% da produção nacional.
7 minutos por hora
A Associação Portuguesa de Produtores Independentes de Energia Eléctrica de Fontes Renováveis estima queo vento gerou 7 minutos por hora de electricidade consumida em Portugal. Daqui a três anos será responsável por 13 minutos por hora". Em 2007 as eólicas foram responsáveis por cinco minutos...
500 milhões de TV
O Global Wind Energy Council destaca que Estados Unidos e China registraram os maiores crescimentos na produção de energia eólica em 2008, ano em que a capacidade mundial de geração de eletricidade dessa fonte subiu para 120,8 gigawatts - energia suficiente para fazer 500 milhões de televisores funcionarem.
EUA supera a Alemanha
Os EUA contam com 8,35 gigawatts do novo aumento e elevaram a sua capacidade em 50%, superando a Alemanha como o maior produtor de energia eólica (25,1 gigawatts). No ano passado, essa energia representou cerca de 42% da nova capacidade energética nos Estados Unidos e um terço na Ásia.
China duplicou A China duplicou sua capacidade instalada, somando pelo menos 6,3 gigawatts e alcançando 12,2 gigawatts ao todo. Nesse ritmo, o gigante asiático está no caminho para superar Alemanha e Espanha e se tornar o segundo país em termos de capacidadede produção eólica, em 2010, de acordo com o GWEC.
181 Parques em Portugal
Em Portugal existiam 181 parques eólicos e 1686 aerogeradores no território Continental. Para produzir energia, em regra um sistema necessita de vento com uma velocidade média anual de 15 km/hora. Estima-se que os custos dos aerogeradores se situem entre 1000 e 1200 euros/kW instalado.
DN Madeira
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