sábado, 29 de agosto de 2009

Inaguração da subestação da Calheta da EEM (Porto Santo)









Na oportunidade, o líder madeirense realçou o facto de ter sido a Empresa de Electricidade da Madeira a responsável por o ter catapultado para a política, porque «as primeiras vezes que consegui dar respostas ao povo nas suas necessidades elementares, foram com as inaugurações desta empresa».
Jardim recordou que, quando chegou ao Governo Regional, em 1978, apenas 30 por cento do território madeirense estava electrificado, enquanto hoje, o arquipélago tem uma cobertura de energia eléctrica acima da média europeia.
O líder madeirense enalteceu a qualidade e o arrojo dos trabalhadores da EEM que, numa fase de expansão da cobertura eléctrica, «acorriam aos pontos mais incríveis da ilha, alguns dos quais, eu próprio não conhecia e por outro lado, não havia um décimo dos acessos que há hoje».
Tal como referiu «foi um trabalho notável, visto que sem energia não se dá uma volta na qualidade de vida das pessoas», realçando que esse desempenho permitiu «ganhar a confiança das populações».
O presidente do Governo Regional realçou ainda o facto de o Porto Santo ter sido pioneiro na instalação de energia eólica no território português, preparando-se até ao final do corrente ano avançar com nova experiência original em termos de produção energética por microalgas. «Só tenho pena que estas coisas não se digam ao nível nacional», lamentou jardim, referindo que existem outros sectores, nos quais a Madeira tem sido pioneira. Recordou que, aquando da visita do primeiro-ministro à Madeira, José Sócrates manifestou-se surpreendido pelas experiências realizadas há mais de uma década, ao nível do ensino do inglês, da informática e do alargamento do ensino pré-escolar.
Tal como salientou «de uma maneira geral, as pessoas no continente não sabem destas coisas e isso acontece devido à desonestidade de informação que temos, porque ainda não se ultrapassou uma velha mentalidade colonialista», reforçando a ideia de que «há muita gente que, embora dizendo umas coisas muito bonitas, não nos tratam iguais aos outros portugueses».
Isso acontece, segundo disse, devido a uma herança cultural de centralização de poder de muitos séculos. «Este sentido leva depois a outras derragens intelectuais, ou seja, um certo ciúme e um certo aborrecimento por haver outros portugueses que estão a ser primeiros nalguma coisa», salientou.
Para Alberto João Jardim «se houvesse uma normalidade cultural neste país, os portugueses do continente teriam orgulho naquilo que os madeirenses vão fazendo, como nós temos orgulho naquilo que se faz em todo o território nacional».
Por seu turno, Rui Rebelo, presidente do Conselho de Administração da EEM, revelou que no Porto Santo será instalada uma plataforma tecnológica na área do armazenamento de energia com recurso a uma pilha de hidrogénio e implementada, a curto prazo, de um processo de produção de biofuel a partir de biomassa, proporcionada pelo cultivo de microalgas, no sentido de substituir gradualmente a utilização de derivados de petróleo na produção de electricidade.

A obra

A subestação da Calheta, obra da responsabilidade da Empresa de Electricidade da Madeira, que substitui uma antiga instalação com capacidade limitada e tecnicamente desadequada, visa fazer face ao crescente aumento dos consumos da ilha do Porto Santo, em consequência do progresso económico e social verificado nos últimos anos, reforçando a fiabilidade e as condições de segurança do sistema eléctrico, melhorando, também a qualidade de serviço prestado à população.
A subestação da Calheta, concebida com as melhores tecnologias actualmente disponíveis e inserida num novo e moderno edifício, dispõe de um nível de tensão 30/6.6 KV, com equipamentos de tecnologia de ponta no seu sistema e controlo.
A instalação encontra-se dimensionada para dar resposta às previsões de evolução de consumo de electricidade a longo prazo, permitindo ainda receber a energia produzida a partir de fontes renováveis.
A construção desta infra-estrutura obedeceu a critérios de respeito pelo ambiente, nomeadamente no que respeita a uma adequada integração arquitectónica e paisagística.
A nova subestação representa um investimento que ascendeu a 1,3 milhões de euros.



Jornal da Madeira

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