Desafio colocado pela Secretaria do Ambiente para apresentarem nas principais feiras agrícolas
A Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, através da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, propôs a chefes de cozinha da hotelaria madeirense que desenvolvessem receitas com base em produtos agro-alimentares regionais e se disponibilizassem a demonstrá-las nas principais feiras agrícolas, explicando aos visitantes a vantagem da utilização das produções locais.
O grupo de especialistas coordenado por João Espírito Santo aderiu ao desafio, apresentando receitas para as feiras da anona, da cana-de-açúcar, do limão, da cebola, da cereja, da banana e para a feira-agro pecuária do Porto Moniz.
O ciclo em causa vai prosseguir, conforme disse ontem ao JM, o director regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Bernardo Melvill Araújo. Assim, a próxima iniciativa é a Festa do Pêro,a qual acontece a meados de Setembro. Depois, vem a Festa da Castanha, a 1 de Novembro.
Todos os chefes envolvidos (Amândio Gonçalves, Carlos Magno, Francisco Quintal, Luís Silva, Miguel Rodrigues, Octávio Barbosa, Octávio Freitas, Victor Costa e Yves Goutier)consideram que é cada vez mais importante valorizar o que é nosso, e que o seu contributo muito passa, no respeito pela tradição, pela sugestão de novas e diferentes formas de utilização e usufruto das produções agro-alimentares regionais.
«A opção pelos produtos regionais é uma escolha natural porque são produtos de qualidade muito boa, especialmente devido às características da Ilha e aos seus microclimas» e, por outro lado, porque «são trabalhados em pequena escala e têm mais carinho do agricultor, não são massificados e isso tem uma grande importância e qualidade nos produtos finais” explica o João Espírito Santo, o coordenador do projecto.
Este especialista considera que «utilizar os produtos regionais facilita-nos a vida em todos os sentidos... existe uma frase de um grande chefe de cozinha que exemplifica a importância de utilizar produtos regionais: 80 por cento do resultado final está ligado à qualidade dos produtos e somente 20 por cento à técnica».
João Espírito Santo refere também que sempre que viaja em trabalho, a sua primeira preocupação é a de «comparar os produtos de lá com os nossos. E não me canso de referir que as nossas ervas aromáticas têm uma fragrância bem superior a mais de 90 por cento de todas aquelas que testei até agora, que as nossas frutas têm características únicas, como um muito bom teor de açúcar, assim como as suas polpas têm texturas e consistências óptimas, e muitas delas com uma acidez única que marcam uma diferença».
João Espírito Santo reforça que «existem também alguns produtos transformados, como por exemplo alguns lacticínios, que têm elevada qualidade comparativamente a outros produtos de referência e que permitem conferir uma grande valorização às confecções”.
Aquele responsável adianta ainda que a «carne bovina regional tem características únicas».
Para a concretização da iniciativa, a Secretaria do Ambiente tem contado com a colaboração de uma empresa regional especializada no fabrico e montagem de equipamentos para a restauração e a hotelaria, que disponibilizou a cozinha modular.
Jornal da Madeira
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