José António Castro quer pede aos hotéis do Porto Santo que façam promoções no mercado local
Data: 05-08-2009
A ACIPS quer que as unidades hoteleiras do Porto Santo se adaptem ao mercado e aos tempos de crise, e comecem a vender pacotes destinados ao mercado regional, aos madeirenses representativos de mais de 80% do turismo que entra na ilha.
José António Castro, que falava ao DIÁRIO sobre a crise mundial que afecta naturalmente a economia local, incluindo o turismo ilhéu, reconheceu que a situação está "bastante complicada", agravada pela dificuldade que se mantém nos transportes aéreos, nomeadamente no custo.
Para o Presidente da Associação Comercial e Industrial do Porto Santo, será possível vender o turismo ilhéu diferenciando a segurança que se vive nas ruas como trunfo a explorar. "Temos de vender a segurança, temos o pontecial de ser uma 'ilha ecológica', com espaços limpos e mar não poluído, tal como as veredas e caminhadas a pé", acrescenta. "Apesar disso, ainda somos um destino pouco conhecido nos mercados europeus, por exemplo, com um bom trabalho da Associação de Promoção da Madeira. Mas, achamos que o Porto Santo vive essencialmente dos madeirenses. Quem disser o contrário tem que provar, mas não falará a verdade".
O maior mercado é o turista da Madeira, "que vem cá o ano todo", por isso acrescenta: "Os hoteleiros no Porto Santo também têm que pensar mais neste mercado. Ninguém consegue manter o negócio o ano todo, quando só três meses resultam. Por isso, aumenta o desemprego quando chegamos a Outubro, pois não dá para pagar 14 meses com o lucro de três meses de Verão".
O empresário e responsável associativo defende, por isso, um regime específico de 'layoff' (regime de suspensão temporária do trabalho) para o Porto Santo. "Primeiro, porque a demografia é pequena, pouco mais de 2500 adultos activos, depois porque temos problemas para cá chegar de avião ou de barco, e terceiro há que criar mecanismos para que isso funcione", conta. "Já há uma série e infraestruturas, mas só isso não chega. Temos de trazer gente cá porque só vivemos do Turismo, quando tínhamos potencial para desenvolver a agricultura e as pescas. E conclui: "Gostaria que fossemos tratados com os mesmos direitos que um português do continente no que toca ao custo e frequência dos transportes. O mesmo, aliás, se passa com as ligações com a Madeira. É tudo muito caro, tendo em conta a distância. E nada está a ser feito na área das promoções para a ilha, excepto um barco que tem pacotes especiais com três hotéis, mais ninguém. Este mercado tem de ser repensado, principalmente em épocas de crise que vivemos. Temos muitas camas, não podemos estar a pensar em construir mais hotéis. Temos de pontenciar os que já existem e trazer mais turistas cá, principalmente os da Madeira".
Expo com novos moldes
José António Castro tem, para já, pouco a dizer sobre o maior evento económico da ilha, a 'Expo Porto Santo/Nautitur 2009', organizada em conjunto com o Governo, a Câmara e o Instituto do Desporto da Madeira (IDRAM), mas é certo que a edção deste ano será diferente das anteriores.
"Vamos mudar a filosofia do negócio. Vamos chamar mais jovens, pois eles têm de incutir no cérebro que os eventos e as feiras não é só vender, também são desportivas, não são só música pimba, são mais que isso", assegura. "Teremos a área de venda comercial, outra dos agricultores do Porto Santo que contamos adiram este ano em maior número (em 2008 foram só quatro), uma parte dos carros, de desporto e uma de restauração que terá também gastronomia de fora". Serão organizados, ainda, seminários para falar sobre a crise e o seu impaco na ilha, sobre o turismo e de animação desportiva. Não faltará animação musical, "muito 'soft', porque não há dinheiro", conclui.
DN Madeira
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