Pousada da Juventude
Casa da Cultura
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Líder madeirense lembra que é todo o povo que paga o que se dá de graça a alguns
Jardim não dá “borlas” mas cumpre promessas
A O presidente do Governo Regional disse ontem que não dá “borlas” e só promete o que é capaz de cumprir. E sublinhou que prometer coisas de graça seria estar a enganar o povo, até porque seria esse mesmo povo a suportar os custos dessas benesses.
Alberto João Jardim falava durante a inauguração da Casa da Cultura e Pousada de Juventude de Santana. Uma oportunidade ainda para recordar as dificuldades que a Madeira atravessa, «pelas razões que todos conhecemos», e para lembrar que há quem tenha traído o povo e que ande, agora, por aí, a “dar a cara”. Mesmo assim, sublinhou, a obrigação de todos os madeirenses é continuar a andar para a frente.
No seu discurso, houve grandes elogios para Carlos Pereira, o presidente da Câmara de Santana que termina agora uma série de «mandatos brilhantes». Esta obra é, para ele, a “cereja em cima do bolo”.
«É uma infra-estrutura pela qual ele muito lutou, pela qual ele muito se bateu», sublinhou.
Por outro lado, lembrou que a Casa da Cultura disponibilizará equipamentos informáticos que permitirão à população, sobretudo aos mais jovens, ter acesso a informações, a novos conhecimentos.
Por outro lado, haverá espaços para a música. «O povo de Santana tem uma grande cultura e tradição musicais. Vamos ter aqui, também, um espaço que vai ser dedicado à aprendizagem e ao aperfeiçoamento das artes musicais. Teremos também um espaço dedicado às artes plásticas, onde se poderão expor pinturas e esculturas», enalteceu.
Quanto à Pousada de Juventude, lembra que permitirá a muitos ter um lugar onde ficar e, assim, conhecer melhor o concelho.
No entanto, vai avisando que «não há “borlas” nestas Pousadas». «A pior coisa que poderia haver seria borlas. Pague-se pouco que isto é para a juventude, mas se nós não ensinamos as pessoas que à medida que se usa um bem, que ainda por cima é um bem público, temos de pagar um pouco, que é para ajudar à manutenção do espaço, as pessoas não sentem responsabilidade e estragam aquilo que se lhes dá de graça», frisou.
«Sei que é muito bonito os políticos chegarem a um local e dizerem que é tudo de borla, mas sabem que não é essa a minha maneira de fazer política. Sabem que aquilo a que me comprometo faço, Aliás, estou aqui hoje a cumprir mais uma obra do meu programa de Governo. Mas, não dou facilidades, porque isso seria estar a enganar o povo e fazer com que o povo pagasse coisas com as quais não se teve cuidado e não se quis arranjar», frisou.
Jardim disse ser ainda obrigação da Madeira e dos madeirenses andar para a frente. «São muitas as dificuldades que se está a passar. Na Região, as razões dessas dificuldades são de todos conhecidas. O que me surpreende é que haja pessoas que sendo madeirenses tenham traído o seu povo e que depois tenham “lata” para aparecer com a sua cara aos madeirenses. Isso é falta de vergonha», frisou.
À margem da inauguração, interpelado pelos jornalistas e já na qualidade de líder partidário, a propósito de arguidos em processos estarem a candidatar-se, Jardim sublinhou: «As pessoas ainda não foram pronunciadas por nenhum crime. Segundo eu sei, até um polícia judiciário pode declarar uma pessoa arguida e como eu também sei o estado em que está a Justiça no nosso país não dou importância a isso».
Quanto ao facto de Passos Coelho não fazer parte das listas, disse. «Acho normal a retirada do seu nome das listas do partido. Não vejo, aliás, porque é que ele teria de fazer parte das listas. As listas obedecem a um critério de qualidade e de lealdade para com a líder do partido. Passos Coelho não tem importância para eu responder a mais perguntas sobre ele. Ponto final».
O PSD Algarve criticou a escolha de Bacelar Gouveia para cabeça de lista por aquele círculo. O líder madeirense não vê porquê: «O dr. Bacelar Gouveia é um grande constitucionalista. É muito importante que ele esteja na Assembleia da República e acho que é uma excelente escolha. Nesta coisa de fazer listas, eu costumo dizer: quem não está de acordo demite-se. Agora, não chateia.!»
«Fica claro que estou de acordo com as listas aprovadas no Conselho Nacional do partido e estou totalmente solidário com a líder nacional do partido, fazendo votos para que ela meta este País na ordem, porque isto está uma “bandalheira”», disse ainda.
Quanto ao facto dos socialistas criticarem o facto de ser cabeça-de-lista quando já disse que não será deputado, Jardim foi cáustico: «O PS honra-me em estar tão preocupado comigo. O problema do PS é outro: é que o PS tem a consciência pesada com os males que fez ao povo madeirense. Em segundo lugar, eu sempre concorri à Assembleia da República, mas nunca coloquei lá os pés. O dr. Salazar acho que ainda lá foi três dias. Eu nem um minuto. E disse ao povo, como disse das outras vezes, que se Deus me der força e saúde eu continuarei como presidente do Governo Regional, até ao fim do meu mandato».
«Por três razões: primeiro, solidariedade com o partido, segundo, solidariedade com os meus companheiros de lista, e terceiro solidariedade com a líder do partido. Mas, honra-me que esteja preocupado comigo. Tem de ver é que pôs nas listas de certos locais pessoas que traíram o povo desse local», concluiu.
A obra
A Casa da Cultura e Pousada de Juventude de Santana é uma obra do Governo Regional, através da Secretaria Regional do Equipamento Social, orçada em quatro milhões de euros.
A Casa da Cultura está vocacionada para as actividades culturais que se pretendem fomentar na cidade de Santana, nomeadamente a produção artística, o contacto com as novas tecnologias e uma ludoteca infantil. Está dotada de ateliers de pintura, escultura e artesanato e um ampo espaço para exposições temporárias. Foram ainda disponibilizadas instalações de apoio ao ensino e ensaio, que funcionarão como extensão do Conservatório da Madeira.
O Centro de Juventude está instalado na antiga Pensão Figueira, servindo de unidade de alojamento de apoio às camadas jovens, estando dotada de 55 camas.
Jornal da Madeira
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