domingo, 9 de agosto de 2009

Despiques, espetadas, colares de rebuçados e bolo do caco

Despique



Espetada em pau de Loro


Bolo do Caco e Frango Assado


Barraca de Brinquedos e Ofertas


(Fotos NavegadorMensal Arraial da Ponta Delgada)




O despique é uma das formas de animação ainda comum em muitos arraiais madeirenses. Embora sem o fulgor de tempos antigos, ainda há quem mantenha viva essa tradição. Alguns jovens vão-se interessando por aquela arte que requer rapidez na construção das quadras e sentido crítico para fazer face às situações que são apresentadas.
O Prof. Mário André, um dos grandes dinamizadores da nossa cultura popular, e também ele um adepto de despique, considera que “a escola terá de assumir a responsabilidade de transmitir aos mais novos as tradições quer orais quer escritas. O despique madeirense é algo que não poder cair no esquecimento”.
E acrescenta que “o despique está a renascer mas o importante é divulgá-lo, até porque verifico que os jovens gostam desta área artística. O cantar ao desafio é também defendido em muitos países. Integrado em grupo de madeirenses eu já tive a oportunidade de participar em encontros em Espanha, Itália, Malta e no Alentejo e verifico a existência de repentistas extraordinários que interpretam de um modo muito digno essa tão nobre arte popular que é deveras difícil e que só está ao alcance de alguns que nasceram com o dom do improviso”.
Mário André realça o trabalho desenvolvido pelos grupos de grupo de divulgação da música popular madeirense, e os de folclore, que têm contribuído para que as gerações mais novas comecem a se interessar pela música dos seus antepassados”. Sublinha ainda a necessidade de manter o despique como forma de animação nos arraiais pois “se deixarmos de trabalhar nesta área o autêntico folclore do povo madeirense, de expressão viva e curiosa, poderá cair na extinção”.

Rebuçados coloridos e bonecas de massa

Ainda comum nos arraiais madeirenses os colares de rebuçados são são guloseimas muito procuradas e o seu modo de fazer é semelhante aos outros doces.
O que, infelizmente, está a desaparecer são as bonecas de massa que outrora era uma característica dos arraiais. Embora pareça fácil de fazer aquela bonecas não têm seguidores.
A sua composição integra farinha, água, fermento, sal e corante, sendo a ornamentação feita com papelinhos coloridos. Os olhos dos bonecos são feitos com sementes de bananeiras de jardim e de cebolinho.
E arraial sem espetada não tem o mesmo sabor. A carne de vaca continua a ser um dos petiscos mais vendidos nos arraiais da nossa terra.
José de Sousa, habituado a andar pelas nossas festas vendendo carne para espetada refere que “apesar da crise que a todos afecta, a verdade é que em todos os arraiais por onde tenho andado o negócio tem sido positivo. Não dá para enriquecer, mas noto que tanto novos como idosos nunca deixam de comprar carne para espetada, que é quase como uma obrigação para quem gosta de ir a estas festas”.
Também característico dos arraiais da Madeira é o bolo do caco. De origem árabe, deve o seu o nome ao facto de ser cozido sobre um «caco» de telha, que se posiciona sobre as brasas. Aquele bolo é confeccionado com farinha de trigo, fermento de padeiro, água e sal. Feita a massa esta é deixada a fermentar de um a três dias. Depois utiliza-se juntando à farinha.
A proporção depende do tempo que tem de fermentação. Usando o chamado fermento de padeiro industrial, este é utilizado na proporção de 30 a 50 grs por cada quilo de farinha de trigo. Feita e fermentada a massa de pão divide-se em bolas que se achatam de modo a formar uma bolacha com a espessura de 3 cm e um palmo de diâmetro.
Depois é colocada numa pedra muito quente, deixando-se cozer até ganhar uma crosta fina. Para a boa cozedura do bolo do caco é necessário que a pedra esteja escaldante.

Arraial do Monte mantém tradições

Milhares de pessoas vão participar na sexta-feira e no sábado (14 e 15 de Agosto) no arraial de Nossa Senhora do Monte, continuando uma tradição de há muitas dezenas de anos. Tudo está preparado para que o centro daquela freguesia funchalense se converta num grande espaço de animação popular.
A noite de 14 para 15 de Agosto é especial para muitos milhares de pessoas, por ser a «véspera da Festa do Monte», um dos maiores arraiais madeirenses e que é, desde há muitos anos, constitui uma tradição que nem a evolução dos tempos conseguiu apagar.
A festa litúrgica em louvor da padroeira da Diocese, terá início, amanhã, às 11 horas, sendo presidida por D. António Carrilho e participada por muitas centenas de fiéis, entre eles emigrantes que nesta época do ano estão de visita à sua terra natal.
A celebração é transmitida em directo pelo Posto Emissor do Funchal e pela RTP Madeira.
Antigamente milhares de romeiros de todos os pontos da ilha convergiam para esta localidade a pé, cantando acompanhados por instrumentos musicais tradicionais, como os rajões e as braguinhas.
Actualmente as novas vias de acesso e os transportes diversificados facilitam a vida dos romeiros do Monte.


Jornal da Madeira

1 comentário:

  1. Gostaria de comprar cerca de 50 colares de rebuçados. O que devo fazer?. Vivo em Lisboa, mas sou madeirense.
    Obrigado
    Fernando Caldeira
    fmcaldeira.ktp@gmail.com
    916130654

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