quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Radiocirurgia começa a partir de Março

Quadrantes Funchal já acolheu 450 doentes oncológicos para tratamento






Numa altura em que assinala o seu primeiro ano na Região, a Quadrantes Funchal já acolheu 450 doentes oncológicos para tratamento. Numa nota informativa que nos foi facultada, o Grupo Joaquim Chaves faz um balanço «muito positivo», sublinhando, também, que este resultado passa, igualmente, pela dimensão humana transmitida pelos utentes que puderam realizar os seus tratamentos de radioterapia sem sofrer as consequências da deslocalização para o continente.
De acordo com José Chaves, presidente da comissão executiva do Grupo Joaquim Chaves, «o balanço é muito positivo e os objectivos para o primeiro ano de actividade foram alcançados». Uma análise reforçada também pelo director clínico da Quadrantes Funchal, Guy Vieira, que ao longo do primeiro ano de actividade da Unidade de Radioterapia da Madeira contactou de perto com a satisfação dos doentes por «não ser necessário deslocarem-se ao continente, com todos os contras que aí se incluíam: viagem de avião, desinserção do meio ambiente, numa fase em que se encontram muito fragilizados».
Do ponto de vista clínico, a interacção com o Hospital Dr. Nélio Mendonça tem sido extremamente positiva, com o aumento da cooperação na discussão multidisciplinar das patologias: «iniciámos com duas decisões terapêuticas (reuniões multidisciplinares) relativas à patologia da mama e neuro-oncologia. Hoje, para além dessas, há ainda as relativas aos tumores digestivos, da cabeça e pescoço (ORL) e urologia», salienta Guy Vieira, referindo que, em colaboração com o Serviço de Urologia, foi introduzida a técnica de Braquiterapia Prostática, que consiste na implantação permanente de sementes radioactivas de Iodo 125. Até agora já foi aplicada em 15 doentes de cancro da próstata, estando previstos mais seis tratamentos ainda este mês, explica.
A Quadrantes salienta a excelência dos profissionais de saúde do Hospital Dr. Nélio Mendonça — médicos, enfermeiros, administrativos —, sem os quais o desenvolvimento deste projecto seria impossível. Segundo referem, tem-se criado uma plataforma de entendimento com as entidades de saúde que permite o desenvolvimento de novas técnicas, algumas únicas no país.
Para este ano, segundo a informação do Grupo Joaquim Chaves, a grande novidade vai ser a implementação da Unidade de Radiocirurgia do Funchal, em colaboração com três neurocirurgiões de renome, um neuroradiologista e físicos médicos diferenciados.
Os primeiros tratamentos estão previstos para o segundo trimestre do ano. Por outro lado, Guy Vieira perspectiva, ainda em 2010, «colaborar com a unidade de patologia mamária do Hospital Dr. Nélio Mendonça na realização da técnica do gânglio sentinela nos doentes de senologia (cancro da mama) através da nossa unidade de medicina nuclear, sensibilizar o uso mais precoce da radioterapia externa na analgesia e tratamentos paliativos e consolidar a técnica da braquiterapia prostática». O director clínico pretende, ainda, apoiar a solidificação das diferentes decisões multidisciplinares e colaborar na introdução da mesma metodologia nas patologias ainda não instituídas, como por exemplo, a de Pneumologia, Hematologia, Ginecologia, Pediatria Oncológica, Ossos e Tecidos Moles e a de Endocrinologia.
Planos que Guy Vieira resume em termos de «nova tecnologia, novas indicações, novas colaborações e novas interacções». O objectivo mantém-se o mesmo: «O bem-estar dos doentes é o que nos move, na inovação, no bem tratar, prestando um serviço de excelência».



Jornal da Madeira

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