domingo, 3 de maio de 2009

Madeira ainda não aproveita a energia produzida pelo sol

DUAS LICENÇAS POR CONCRETIZAR DESPERDIÇAM 3.000 HORAS DE SOL POR ANO.
Data: 03-05-2009






Assinala-se hoje o Dia Internacional do Sol e a verdade é que sendo Portugal um dos países da Europa com maior incidência de radiação solar, a instalação de energia fotovoltaica tem evoluído de uma forma bastante discreta.

A potência total instalada no país atingiu, no final do ano passado as 56,5 MW, de acordo com as estatísticas mais recentes da Direcção Geral de Energia e Geologia, um valor já com algum significado, tendo em conta que, por exemplo, em 2004 a capacidade instalada era de 2,6 MW. Existindo em Portugal a maior central fotovoltaica do Mundo, com uma capacidade instalada de 46 megawatts (MW), que produz 93 milhões de kilowatts/ hora (kWh) por ano - este valor é equivalente ao consumo de mais de 30 mil famílias - a verdade é que as diferentes regiões do país não têm aproveitado as condições de tempo excepcionais.

De acordo com o 'Atlas da Radiação Solar da Região Autónoma da Madeira', um trabalho da responsabilidade conjunta do Laboratório Regional de Engenharia Civil e da Universidade de Vigo, com a colaboração do Instituto de Meteorologia - Madeira, a Madeira tem quase três mil horas de exposição solar por ano, valor que suplanta o número médio de horas de sol no território continental, que varia entre as 2.200 e as 3.000 horas. Na Alemanha, por exemplo, este indicador varia entre 1200 e 1700 horas.

Pese as condições excepcionais que a Região tem para a produção de energia a partir do sol, a verdade é que até a data existem apenas duas licenças emitidas, a favor da da Isohidra/Nutron que se propõe instalar parques no Caniçal (6 MW) e no Porto Santo (2 MW).

Para além da produção industrial, existem pelo menos cerca de três dezenas de consumidores madeirenses inscritos no Sistema de Registo de Microprodução, no âmbito do projecto 'Renováveis na Hora'. A ideia é produzir energia eléctrica, a partir de casa, injectá-la na rede e vendê-la à Empresa de Electricidade.

Este atraso verifica-se, também, na Madeira, onde a produção industrial de energia a partir do sol ainda não se verifica. Ainda que não esteja produzir energia a partir do sol, caso as duas licenças atribuídas se operacionalizem ao longo deste ano, a Madeira será responsável por 14% da energia produzida em Portugal a partir do sol, um indicador que a torna líder e referência. Contudo, o valor de produção já licenciado tem pouco peso nas necessidades da população local, já que os 8 MW licenciados garante a produção necessária a apenas 6 mil famílias, ou seja o equivalente a uma pequena freguesia rural.

Refira-se, por fim, que Portugal é um dos países da UE com menor consumo de electricidade per capita - 4799 kWh, - correspondendo ao 21º lugar dos países europeus. Só a Bulgária, a Hungria, a Polónia, a Lituânia, a Letónia e a Roménia registaram consumos mais baixos.

FONTE PODEROSA

A pequeníssima parcela da energia irradiada pelo Sol que atinge a terra representa 4 trilhões de megawatts-hora por dia, ou seja quase 30 mil vezes a quantidade total de energia produzida e consumida pelos engenhos domésticos, industriais ou agrícolas no mundo todo. Já a luminosidade produzida pelo Sol garante em cada metro quadrado uma potência (energia/segundo) de 1.400 watts, isto é, a potência de 14 lâmpadas de 100 watts.

A energia solar pode ser utilizada para aquecer e iluminar edifícios, aquecer água, produzir energia, etc.


DN Madeira

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