domingo, 9 de maio de 2010

«Perfeita para o turismo»

Corpo diplomático em solo nacional destaca recuperação







«Se eu não tivesse sido informado do que se passou na ilha, eu não me teria apercebido agora» da dimensão da catástrofe que assolou a Madeira a 20 de Fevereiro, disse ontem Federico Richa Humbert, embaixador do Panamá em Portugal, elogiando a rapidez do processo de reconstrução.
O embaixador do Panamá, que integra o corpo diplomático em solo português que está de visita à Madeira, apenas se deu conta dos danos provocados pela tempestade quando ontem de manhã passou na Serra de Água a caminho dos Prazeres. Mas mesmo aí apercebeu-se que os trabalhos que decorrem «são para fazer melhor do que estava».
«Posso falar por todo o corpo diplomático, e digo-lhe que estamos convencidos que nada do que agora vemos pode ser comparado com o que a comunicação social mostrou», afirmou o diplomata, considerando que a ilha já se encontra «perfeita para o turismo».
«Eu, pessoalmente, atrevo-me a promocioná-la, não apenas na minha embaixada, mas ao nível do meu país», acrescentou o embaixador de um território que tem na Madeira Horácio Roque, presidente do Banif, seu cônsul honorário.
Segundo explicou Federico Richa Humbert, a maior parte dos panamianos que visitam Portugal, fazem-no em turismo religioso, dado que este país da América Central, com três milhões de habitantes, é profundamente católico. Alguns dos que se deslocam a Fátima, acabam depois por visitar a Madeira, explicou.
O embaixador, que nunca tinha cá estado, admite agora voltar à Madeira, no dia 21 de Maio, para participar na conferência promovida pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento de América Latina - IPDAL, a qual trará o seu presidente, Pablo Neves.
No âmbito desta visita, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado, deslocou-se ao Funchal para poder participar em alguns encontros do grupo.
Ontem, Luis Amado marcou presença no almoço numa unidade hoteleira nos Prazeres e explicou a estratégia por detrás do convite aos diplomatas.
«Nós estamos a mobilizar o corpo diplomático para visitar as principais regiões do país», disse o ministro, considerando que a deslocação à ilha era importante para verificarem que «a Madeira normalizou a sua vida, depois dos trágicos acontecimentos, e também para agradecer ao corpo diplomático e aos países que representam o grande apoio que manifestaram» à Madeira e ao próprio País, consubstanciado nas mensagens que chegaram de toda a parte do mundo».
Luis Amado disse que esta viagem à Madeira é de «confraternização» e «solidariedade», mas «também de reconhecimento da plena normalidade que a Madeira hoje já conhece.
Além disso, e como «muitos» diplomatas ainda não tinham visitado a ilha, esta deslocação «é importante» para que vejam como a Madeira é «bonita» e «é uma terra de turismo, única no mundo», referiu o ministro, ao mesmo tempo que destaca que a visita dos embaixadores é importante para depois «revelarem às suas capitais, colocarem nos sites dos seus ministérios e embaixadas, os reportes desta visita, sendo esta uma forma também de fazer publicidade à Madeira como destino turístico de primeira qualidade».
Na mesma linha de raciocínio, o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, destacou que como «todas as relações turísticas fundamentam-se numa base de confiança», o «testemunho de um embaixador é decisivo»
O embaixador é, no fundo, «a representação de um Estado num outro Estado, e essa informação é dada com credibilidade, com conhecimento de causa, razão pela qual esta reunião e este conjunto de iniciativas se enquadram, precisamente, nesse objecto», declarou o secretário de Estado. Ou seja, continuou, «é de esperar que a informação que chegue a operadores turísticos, a agências de viagens e a sites na Internet, seja uma informação credível, com confiança e que, no fundo, mantenha a credibilidade do destino».

Diplomatas ajudam a reflorestar

O corpo diplomático de visita à Madeira esteve ontem no sítio dos Estanquinhos e associou-se ao projecto de reflorestação que está a ocorrer naquela zona do Paul da Serra, plantando algumas espécies.
Uma parte do corpo diplomático representado em Portugal, quase 50 pessoas, está na Madeira, numa visita a convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros, com a colaboração do Governo Regional.
Ontem pela manhã, os diplomatas e os membros das suas equipas pegaram, cada um, numa planta (erica (urze) ou louro) e colocaram-na nos buracos entretanto feitos pelo pessoal envolvido no projecto de reflorestação dos Estanquinhos, do qual o hotel Jardim Atlântico, unidade localizada nos Prazeres e amiga do ambiente, faz parte.
Celina Sousa, directora do hotel, foi quem teve a responsabilidade de explicar aos diplomatas em que consistia o projecto.
Na contextualização que fez, a directora explicou que a política de criação de «grandes infra-estruturas» desenvolvida pelo Governo Regional foi acompanhada por «uma grande preocupação com a natureza».Neste sentido, prosseguiu, foi decidido há cinco anos retirar o gado da serra. «Foram pagos 60 euros por cada cabeça de gado. Nem todas as pessoas ficaram satisfeitas, é normal», disse.
Após este processo, «deu-se então início à reflorestação no Paul Serra», continuou a explicar. Sendo a Madeira uma ilha turística e o hotel Jardim Atlântico amigo do ambiente, a direcção da unidade quis «ajudar a natureza e o Governo Regional». Por isso foi celebrado um protocolo por cinco anos, no qual ficou consagrado que de 15 em 15 dias o hotel teria a responsabilidade de desenvolver uma actividade amiga do ambiente.
Assim, entre os meses de Outubro a Março/Abril, são plantadas árvores. Nos restantes meses é apenas feita a rega.


Jornal da Madeira

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