domingo, 30 de maio de 2010

Mauro Melim conquista palco em Cabaret de Paris

Madeirense é um dos 15 bailarinos do espectáculo 'paris Je T'aime', em La Nouvelle Eve
Data: 30-05-2010






"Esse tipo de concursos não nos dá nada a não ser fama, boa ou má, e nunca dura muito tempo". É assim que Mauro Melim fala de 'So You Think You Can Dance', formato adaptado à televisão portuguesa pela SIC em 'Achas Que Sabes Dançar'. Hoje, começa a fase das galas com a participação do bailarino madeirense, Colin Vieira, que conseguiu ficar entre os vinte finalistas. Mauro Melim, natural da freguesia de Santa Maria Maior, admitiu não saber como funciona o concurso em Portugal mas concorreu à versão australiana. Não continuou porque tinha outra audição em Paris (ver destaque) na data em que deveria entrar e por outras razões: "De momento este tipo de concursos são muito superficiais, pelo menos na Austrália, eu gostaria de entrar num concurso assim pelo talento que tenho, não pela historia da minha vida. Mas tive muito bom 'feedback', dos júris e eles queriam que continuasse (...), até recebi mensagem da produção a perguntar se haveria alguma coisa que eles pudessem fazer para que eu mudasse de ideias", contou.

Curiosamente, os pontos em comum entre os dois bailarinos madeirenses não terminam por aqui. Os dois foram colegas de palco no Casino Estoril e no Casino da Madeira, tendo acabado por percorrer caminhos diferentes. Colin Vieira ficou por cá. Mauro Melim foi conhecer o mundo. "O Colin como bailarino sempre se esforçou para conseguir o que queria", recordou, defendendo que para ser um bom bailarino é necessária muita paixão, boa técnica e muita forca psicológica porque acaba por ser um percurso bastante solitário e difícil.

Mais paixão menos formação

Mauro Melim assume que não teve muita formação. Chegou a passar pelo Conservatório Nacional só que como não tinha bolsa de estudos, contou, não conseguiu acabar. No ano passado, a uma nova oportunidade acabou por surgir: "Tive uma bolsa de estudos para fazer formação com um dos melhores professores de contemporâneo na Austrália. Foi uma das melhores decisões que tomei. Aprendi muito tecnicamente e psicologicamente como bailarino e profissional". Na altura, fez ainda outro curso que o ocupava o restante do tempo. Foi um ano de "esforço, transpiração, algumas lágrimas, mas tudo valeu a pena", disse. A verdade é que fez a audição em Paris e entrou para a companhia, com um contrato que termina em Outubro. Para depois, está a preparar um projecto a solo onde a partir da dança contemporânea mostra a sua paixão pela dança. Não é uma questão de ser mais fácil, mas de evoluir, justificou a opção por seguir só.

Comparando com o passado, acha que hoje é mais fácil seguir a carreira de bailarino, que se abre não só ao talento, mas também ao dinheiro e às influências, lamentou. "Antigamente as pessoas com talento conseguiam os trabalhos. Actualmente não é bem assim". A isto, junta ainda outra crítica: "As pessoas preferem ver um bailarino bonito em palco, do que um bailarino bom". Em relação à dança na Madeira, notou uma evolução: "As pessoas aceitam muito melhor um bailarino do que aceitavam. É bom ver o desenvolvimento sempre que volto".

O futuro passa para já por Paris. Mas se houver uma oportunidade boa para sair, sai, porque confessou, ainda não encontrou o que procura.

Mauro Melim dança 'Paris Je T'aime'

O amor de Mauro pela dança começou quando tinha uns 12 anos, altura em que começou a dançar com os Sweet Dancer's e com Francis e os Hot Dancer's em hotéis na Madeira. Mas foi aos 16, quando rumou a Lisboa para uma audição para o musical 'My Fair Lady', onde entre 80 candidatos conseguiu um contrato para dançar na produção de Filipe La Féria, que se apercebeu que era o que realmente queria da vida.

Este foi o seu primeiro grande trabalho. Ainda voltou à Região, onde trabalhou com Sian Lesley e Michael Mcabe, até que a vontade de crescer levou-o a alargar horizontes. Lisboa, Porto, Estoril, Espanha, Inglaterra, França, Estados Unidos da América, Monte Carlo, Austrália foram algumas paragens em oito anos. Este ano voltou a Paris para dançar para a companhia La Nouvelle Eve. O madeirense de 23 anos, é um dos 15 bailarinos que diariamente levam ao palco duas sessões de 'Paris Je T'aime', um espectáculo de cabaré ao estilo do 'Moulim Rouge' que, como este, também está em cartaz há várias décadas na capital francesa.


DN Madeira

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