segunda-feira, 31 de maio de 2010

Zona Franca e Venezuela temas tratados na reunião

Sócrates fez escala técnica na Madeira e encontrou-se com Alberto João Jardim







O presidente do Governo Regional afirmou ontem que o primeiro-ministro lhe transmitiu estar «tranquilizado e entusiasmado com o interesse que o presidente da Venezuela tem pela comunidade portuguesa».
Alberto João Jardim falava no Aeroporto da Madeira, onde se reuniu com o primeiro-ministro durante uma escala técnica do avião que transporta a comitiva de José Sócrates de regresso a Lisboa depois de uma viagem ao Brasil e à Venezuela.
Segundo o líder madeirense, «o primeiro-ministro vem tranquilizado e entusiasmado com o interesse que o presidente Chávez tem pela comunidade portuguesa».

Chávez desbloqueia transferência de verbas

Realçou que esta visita permitiu o «desbloqueamento imediato de tudo o que tem a ver com transferências que representam apoios à reconstrução da Madeira», contornando assim as dificuldades em enviar as verbas que haviam sido arrecadadas numa colheita feita naquele país.
Alberto João Jardim referiu que neste encontro não foi abordada a questão das eventuais expropriações e nacionalizados por parte do Governo da Venezuela em relação à propriedade de portugueses luso-descendentes.

Governos de acordo sobre futuro da Zona Franca

O líder madeirense e o primeiro-ministro abordaram ainda a questão do futuro da Zona Franca da Madeira. «Foi uma reunião de trabalho muito útil para se assentar ideias para acertar o futuro da Zona Franca da Madeira», afirmou o presidente do Governo.
Jardim referiu que os governos regional e da República estão de acordo sobre a continuidade da ZFM, garantindo que «ninguém pretende fechar» a praça financeira madeirense.
«Pelo contrário vai ser preciso até acertar um novo modelo ainda mais eficiente», disse, acrescentando existir um acordo com o primeiro-ministro nesse sentido. «O Governo da República não julga oportuno a apresentação de uma nova proposta de Zona Franca, que dá ideia de um país aflito, estando a União Europeia a pedir novos benefícios fiscais, depois do governo português aumentar internamente impostos», argumentou.
Jardim mencionou que «Portugal ganha zero com as empresas que viriam para a Zona Franca porque não pagam impostos internos».
«Entende-se que isto tem de ser feito numa outra altura», frisou, apontando que então deverá ser proposto a Bruxelas um «modelo definitivo, com toda a força e apoio do Estado português com as vantagens que são importantes a Zona Franca ter», realçou.

Apoio a Cavaco e críticas ao cardeal

Entretanto, ainda em declarações aos jornalistas no aeroporto, Jardim afirmou ser fundamental apoiar a recandidatura de Cavaco Silva e criticou a veemência com que o cardeal patriarca de Lisboa censurou o Presidente da República. «Eu não estou percebendo. Eu também não concordei que o Presidente da República não tivesse tomado uma posição de veto na lei do casamento gay, mas o facto de discordar de um acto do Chefe de Estado não me faz perder a noção do interesse nacional e bem comum», disse Jardim.
«Percebo que é fundamental apoiar e ser solidário com o Professor Cavaco Silva caso resolva recandidatar-se», declarou.
Jardim estranhou «a veemência» da censura do cardeal patriarca de Lisboa a Cavaco Silva: «Noutras ocasiões de agressão a valores e princípios fundamentais não vi, nem senti qualquer efeito de mobilização da sua parte».
Tal como referiu «quando os valores em Portugal são agredidos, como foram já no caso do aborto e outras circunstâncias, a sua voz é imperceptível e de repente, para atacar o Professor Cavaco Silva, vem com esta veemência - acho isto tudo muito estranho», argumentou.
«Lamento que esta mania do politicamente correcto e esta questão de caridade para a esquerda chegue a este ponto», declarou, acrescentando que «tudo o que se está a passar fora da área comuno-socialista é um absurdo».



Jornal da Madeira

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