sábado, 15 de maio de 2010

Núcleo de casas de colmo é nova aposta turística

Presidente do Governo Regional vai visitar Santana no próximo dia 21 de Maio






No próximo dia 21 de Maio (sexta-feira) o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, vai visitar as obras de requalificação das cinco casas típicas, construídas junto aos paços de concelho de Santana.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Santana, que ontem falou ao JM sobre este projecto turístico e cultural, a requalificação e o aumento das casas de colmo «justifica-se porque, como toda a gente sabe, estas são uma referência não só do concelho de Santana mas também da própria Madeira».
Rui Moisés encara esta requalificação como uma valorização do património regional explicando que «esta imagem, que é vendável, não podia passar apenas por aquilo que tínhamos até agora».
A este respeito, o autarca relembrou que há a intenção, da parte do Governo Regional, através da Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC), de recuperar as casas de colmo que ainda existem na freguesia de Santana e de São Jorge e fazer um roteiro próprio.
Foi por isso que a Câmara Municipal de Santana associou-se a este programa da DRAC e decidiu fazer, junto aos paços do concelho, a requalificação das casas que já ali existiam. «Queremos que as pessoas vejam que o património do concelho está bem vivo e que estamos a valorizá-lo», justificou Rui Moisés, que aproveitou para revelar que a autarquia, através da sua empresa municipal, já estar a dar «outros passos» no sentido de promover o cultivo do trigo, já que é com o caule deste cereal que é feito o colmo que cobre as casas.
Com a visita do presidente do presidente do Governo Regional a estas obras de requalificação, o autarca espera que este seja o início de uma aposta que está a ser feita no âmbito da promoção cultural do concelho.
«É um sinal da nossa aposta neste nosso valor cultural e turístico e é isso que depois do dia 21 de Maio queremos oferecer a todas as pessoas que passarem por este núcleo que está diferente e requalificado».
De salientar que as cinco casas de colmo vão representar os diversos aspectos das tradições madeirenses, nomeadamente o modo de vida local, as flores, os frutos, a gastronomia e doçaria, o bordado em linho e ainda a informação turística. Para além da exposição de motivos tradicionais vão estar ali presentes artesãos que vão mostrar o seu trabalho, sendo que o local envolvente a estas casas típicas foi também alvo de renovação com a criação de espaços de lazer.

Autarquia mostra aos jovens
transformação do trigo


A Câmara Municipal de Santana, através da sua empresa municipal “Terra Cidade”, está a desenvolver um trabalho junto dos agricultores com o objectivo de promover o cultivo do trigo naquele concelho.
A autarquia já deu o exemplo ao plantá-lo nos seus terrenos (baldios) e decidiu desenvolver um projecto pedagógico que tem como objectivo mostrar aos mais jovens a transformação do trigo que começa com a plantação e termina com a ceifa.
«É um trabalho de raíz que passa pela valorização cultural de todo um concelho», esclareceu Rui Moisés, adiantando que «não podemos esquecer que para além da componente cultural ainda existem pessoas em Santana que vivem em casas de colmo».
O autarca estima que, actualmente, vivem mais de 30 pessoas em habitações com estas características. O problema é que na sua maioria são pessoas idosas já que as mais novas, como é compreensível, já não querem viver em casas de colmo.
«É por esta razão que temos de “proteger” este património e fazer tudo o que nos é possível para que não se perca. Foi por isso que se tornou fundamental aumentar este pequeno núcleo de casas de colmo», realçou Rui Moisés, considerando que entende «ser normal» que as pessoas queiram hoje em dia outras comodidades. «Não podemos querer que as pessoas se mantenham naquelas habitações quando nós próprios não estamos. É muito bonito para quem visita mas sabemos que poderá não o ser para quem lá vive. Isto não quer dizer que as pessoas que ainda vivem nestas casas não tenham qualidade de vida, porque sabemos que em termos de características de aquecimento natural estas casas são excelentes - quentes no Inverno e frescas no Verão -, mas entendemos que as novas famílias queiram viver com outras condições», concluíu.



Jornal da Madeira

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