Data: 13-04-2009
Os parques empresariais da Madeira já apresentam uma ocupação razoável, já com 109 empresas instaladas nas 12 infra-estruturas existentes por toda a Madeira (11) e o Porto Santo (1). Isto dá uma média de 35% ou um terço dos espaços disponíveis.
A última actualização, segundo dados do presidente do conselho de administração da Madeira Parques Empresariais (MPE), Ricardo Morna Jardim, estes dados só não são melhores porque há vários projectos à espera dos incentivos comunitários à disposição da iniciativa privada.
Tanto mais que, só agora, "estão a ser aprovados os benefícios inerentes aos fundos comunitários, que vigorarão até 2013", lembra. Apesar de o novo quadro comunitário ter-se iniciado em 2007, "só este ano é que estão a ser criadas as unidades de gestão. Em 2008, não houve nenhum projecto aprovado, nem para parques nem para outro tipo", diz.
Um ano de atraso que tem dificultado a vida dos empresários que pretendem investir com apoio comunitário. Ainda mais agora na conjuntura difícil que se vive, os bancos não emprestam dinheiro a ninguém, o desemprego está a crescer e poucos são os empresários que arriscam avançar com capital exclusivamente próprio para novos projectos.
Expectativas reequacionadas
Com os loteamentos todos delineados e a contar com a colaboração das autarquias, com a isenção do IMI e do IMT, já foi uma "guerra", reconhece Ricardo Morna Jardim. "Actualmente, haverá uma dúzia de projectos à espera dos fundos comunitários, desde oficinas de metalomecânica, de automóveis, de serralharia, entre outras empresas do ramo industrial", resume.
No entanto, pelos cálculos que fizemos houve uma reequação de perspectivas dos parques, tendo em vista uma possível ocupação com prazos ainda mais alargados.
Segundo os dados recolhidos em Agosto de 2008 a área total dos parques estava calculada em 1.006.000 m2, com 430 lotes de terreno disponível, cuja área mínima/média era de 305,25 m2 e máxima/média de 7.933,58 m2. Na altura, pelo menos do site da PME, não havia indicação das áreas de lotes em reserva funcional.
Na última pesquisa (sábado passado), os 12 parques empresariais tinham como área total 1.122.198 m2, 429 lotes de terreno e uma área mínima/média de construção de 300,58 m2 e máxima/média de 4.999,75 m2. Já as áreas de lotes em reserva funcional (65.106 m2), existiam em apenas dois parques.
À espera de melhores dias
O panorama da ocupação dos parques nos concelhos do Norte continua em 'banho-maria', a exemplo da maioria dos parques mais recentes.
Aparentemente, não há maneira de convencer os privados de São Vicente, Porto Moniz e Santana a deixarem os armazéns, oficinas ou mesmo antigos estaleiros nesta área geográfica. Os lotes por ocupar mantêm-se, desde a sua inauguração, praticamente inalterados.
Os presidentes de Câmara têm instruções claras no sentido de não autorizarem futuros licenciamentos industriais noutros locais. Também os licenciamentos provisórios nas diversas freguesias devem ser transferidos, mas ninguém arreda pé de onde tem o seu negócios.
Embora exista um quadro de incentivos financeiros ou até a atribuição de benefícios fiscais, as vantagens no plano teórico ainda vão mais além: servem para criar pólos de desenvolvimento, fixando as populações, assegurando um correcto enquadramento territorial e promovendo igualmente o equilíbrio paisagístico e ambiental, mas a verdade é que a adesão aos espaços espera por melhores dias. Estes municípios são exemplos flagrantes do vazio de empresas.
No Porto Moniz, a única visível é o pavilhão do quartel dos Bombeiros Voluntários. Humberto Vasconcelos, presidente da Câmara Municipal de São Vicente, disse ter conhecimento das melhorias da estratégia e do planeamento. E confirma que, no caso do concelho, "o loteamento está aprovado, existindo ainda possibilidade de um investimento da MPE para construção dos pavilhões para depois vender ou alugar".
Aliás, a indicação que a autarquia deu à administração foi no sentido dos empresários poderem adquirir os espaços físicos para facilitar o crédito bancário e, também, sentirem-se proprietários do investimento que fazem", afirmou. Para já, em São Vicente, só se encontram duas empresas instaladas (Empresa de Electricidade da Madeira e 'Servicanos').
Seguindo caminho para Santana, nota-se movimento quando se chega ao parque situado no cimo da freguesia sede do concelho. A Câmara Municipal tenta dar o exemplo com a construção do seu armazém devendo o equipamento estar concluído até Outubro próximo, num investimento de 1,7 milhões de euros.
Os parques empresariais da costa Este são as que têm melhor ocupação. Na Cancela, o segundo maior e provavelmente aquele que mais sucesso registou. Na Camacha, inaugurado em Março de 2004, os 20 lotes que ali existem rapidamente foram atribuídos. Actualmente todos estão ocupados. Machico (Julho de 2004) tem um dos parques que ainda não justificou o investimento de 4 milhões de euros. Apenas cinco dos lotes se encontram ocupados.
A Oeste, à excepção do da Ribeira dos Socorridos que tem lotação completa, todas as outras têm ainda muitos lotes por ocupar.
Nome/Local São Vicente
N.º de lotes de terreno 42
Área total 47.505 m2
Área mínima de construção 285 m2
Área máxima de construção 1.559 m2
Nome/Local Porto Santo
N.º de lotes de terreno 33
Área total 31.700 m2
Área mínima de construção 395 m2
Área máxima de construção 1.859 m2
Nome/Local Santana
N.º de lotes de terreno 34
Área total 44.635 m2
Área mínima de construção 304 m2
Área máxima de construção 1.173 m2
Nome/Local Ribeira Brava
N.º de lotes de terreno 44
Área total 65.949 m2
Área mínima de construção 335 m2
Área máxima de construção 1.028 m2
Nome/Local Zona Oeste (Rib. Socorridos)
N.º de lotes de terreno 15
Área total 95.000 m2
Área mínima de construção 500 m2
Área máxima de construção 36.500 m2
Nome/Local Estreito C. Lobos
N.º de lotes de terreno 46
Área total 425.306 m2
Área mínima de construção 286 m2
Área máxima de construção 4.383 m2
Área de lotes em reserva funcional 61.000 m2
Nome/Local Camacha (Sta.Cruz)
N.º de lotes de terreno 20
Área total 52.654m2
Área mínima de construção 207 m2
Área máxima de construção 1.700 m2
Nome/Local Machico
N.º de lotes de terreno 39
Área total 75.980m2
Área mínima de construção 339 m2
Área máxima de construção 1.642 m2
Nome/Local Cancela (Caniço)
N.º de lotes de terreno 65
Área total 160.000 m2
Área mínima de construção 100 m2
Área máxima de construção 6.150 m2
Nome/Local Calheta
N.º de lotes de terreno 20
Área total 52.654m2
Área mínima de construção 207 m2
Área máxima de construção 1.700 m2
Área de lotes em reserva funcional 4.106m2
Nome/Local Canhas (Pta. Sol)
N.º de lotes de terreno 19
Área total 17.860m2
Área mínima de construção 329 m2
Área máxima de construção 1330 m2
Nome/Local Porto Moniz
N.º de lotes de terreno 15
Área total 18.300 m2
Área mínima de construção 287 m2
Área máxima de construção 1.131 m2
DN Madeira
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