Tratado de Lisboa dará acolhimento à pretensão do armadores que navegam nas RUP
Data: 10-07-2009
(Md Faria)
Alberto Navarro, embaixador da Espanha em Lisboa, disse ontem no Funchal que o novo Tratado de Lisboa vai consagrar mais direitos e apoios à Madeira e outras regiões ultra-periféricas, pois toda a política comunitária de apoio irá centrar-se nessa condição.
O Tratado de Lisboa, que deverá entrar em vigor até ao fim do ano, após a ratificação dos quatro países que ainda não o fizeram, irá permitir uma série de apoios e subvenções em sectores distintos e importantes da actividade económica das Regiões Ultra-Periféricas (RUP), realçou o embaixador que já foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus no governo de Espanha.
Natural de Tenerife, o embaixador Alberto Navarro, tem sido um grande defensor do estatuto dos arquipélagos portugueses e espanhóis na União Europeia, realçando-se a sua intervenção nas negociações que levaram a CE a conceder mil milhões de euros de fundos comunitários para o período 2007-2013 para os territórios de Espanha e de Portugal, aos quais a Madeira acedeu em menor percentagem por ter alcançado um grau de desenvolvimento superior ao dos restantes parceiros das RUP.
Alberto Navarro destaca que o Tratado de Lisboa irá consagrar mecanismos que conferirão à Madeira verbas avultadas em apoios estruturais. Por isso, realçou o diplomata, "a Madeira deveria promover um espectáculo de queima de fogos de artifício, semelhante ao da Passagem do Ano, logo que fosse conhecida a promulgação do texto do Tratado de Lisboa".
O embaixador revelou também que de entre os apoios que o novo tratado prevê destacam-se os custos fixos do transporte marítimo. Assim, perante tais especificidades, o tratado aponta essa oportunidade, embora não pague totalmente a operação. Claro que seria difícil manter a linha em custo real, pois os clientes iriam pagar apenas parte dos custos da operação.
Reconheceu que a Naviera Armas já está a fazer essa experiência e poderá, na verdade, candidatar-se a esses apoios que, aliás, estarão abertos a todas as companhias comunitárias que queiram entrar nas ligações marítimas nas RUP, por exemplo. Os apoios comunitários têm como principal objectivo servir as populações, sustentar as operações das empresas, quando consideradas fundamentais para as comunidades em que integram. Citou o caso de Casablanca (Marrocos), que fica mais perto da Madeira, cerca de 200 quilómetros em relação a Lisboa.
A Naviera Armas é tida como um caso de sucesso da nova política expansionista do Governo espanhol, nomeadamente a partir das ilhas Canárias, na área da Macaronésia. O armador canário não teve até agora uma operação rentável, mas a verdade é que há novas perspectivas de crescimento e de mercado. Alberto Navarro diz que o novo Tratado de Lisboa colocará o transporte marítimo de passageiros e cargas rodadas tão competitivo como o que é hoje executado pelas companhias aéreas de baixo custo.
A este propósito apontou a necessidade de Madrid e Barcelona estarem ligadas com voos regulares à Madeira. É necessário e urgente para aproveitar o impacto da exposição positiva da Madeira no mercado espanhol.
Reunião no Funchal
A secretária regional do Turismo vai receber o armador canário António Armas na segunda-feira no Funchal. A reunião realiza-se por interesse de ambas as partes, confirmou ao DIÁRIO Conceição Estudante, que adiantou que o encontro está relacionado com a operação da Naviera Armas no Funchal.
O DIÁRIO aourou que as viagens dos dias 18 e 25 do corrente, da Madeira para Portimão, já estão totalmente vendidas. O armador está a ponderar trabalhar com dois barcos (o 'Volcán de Tirarefe' e um outro semelhante) no mês de Agosto, com escalas na Madeira e em Portimão nos mesmos dias. Recorde-se que a Naviera Armas anunciou a realização de duas escalas semanais na Madeira neste Verão, tendo desistido por falta de reservas.
DN Madeira
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