sexta-feira, 24 de julho de 2009

Inaguração do Barco de pesca Progresso Futuro o Mais moderno Atuneiro da Europa




















PGRAM

Há quem deite pedra no esforço feito






Alberto João Jardim diz que as contrariedades não devem demover os empresários madeirenses de efectuarem os seus investimentos, apesar de o progresso estar a incomodar muita gente. Falando no decurso de mais uma inauguração privada, no Caniçal, o presidente do Governo Regional sustentou que as contrariedades «são um desafio» e que diante de cada dificuldade, «é preciso saber ganhar as batalhas», como o fez o empresário Jorge Nunes, que ontem viu inaugurado o seu novo atuneiro, o “Progresso Futuro”, considerado, actualmente, o melhor da Europa, conforme salientou o próprio investidor.
«Há quem não queira isto. Há quem não queira que se vá em frente», sublinhou o chefe do Executivo madeirense sem, contudo, revelar nomes. «Um político não pode falar de certas coisas quando se está num período eleitoral, mas o povo sabe o que vai aqui na minha cabeça», justificou.
Apesar das «dificuldades que vão por esse mundo fora e daquelas desgraças que todos os dias vemos nos noticiários – são fábricas que fecham no continente, gente que sai e o país a andar para trás - fico feliz de ver, também com muitas dificuldades, a Madeira a trabalhar, quer no sector privado quer no sector público», afirmou. «Nem sabem a alegria que tenho quando quase todos os dias faço inaugurações. Às vezes são do sector público. Hoje é o sector privado que fez aqui um investimento de 600 mil contos. O Governo ajudou, mas pouco, e o Banif fez aqui também um excelente trabalho no seu percurso de ajudar os empresários desta terra», regozijou-se.
Por tudo isto, diz que há que continuar, mesmo que muitos insistem em sabotar o trabalho. «Ainda ontem, no Parlamento da Região Autónoma, fez-se talvez a discussão mais importante da história de 30 anos da Autonomia. Discutiu-se o futuro da Região e os mecanismos que o povo madeirense precisa de ter na mão para o seu progresso. O que é que fizeram a televisão e a rádio controladas pelo Governo da República? Não transmitiram. Fizeram umas pequenas reportagens. Até houve uma rádio que transmitiu não sei o quê do Curral das Freiras, como se fosse mais importante. Isto é para perceberem que, apesar do esforço que se está a fazer, há gente a deitar pedra neste esforço. E por isso, quando estamos a tentar tudo por tudo para melhorar as condições de vida do povo, ainda há gente que procura sabotar», complementou.
Por tudo isto, Alberto João Jardim valoriza quem trabalha e ao empresário, deixou os maiores elogios. «O sr. Jorge Nunes simboliza a força de trabalho, a vontade e a competência profissional deste povo, quer no mar quer em terra. Este homem começou desde muito novo a trabalhar. Fez-se primeiro empresário na área da construção civil, mas diversificou. Procurou outras actividades. Não ficou sempre no mesmo e procurou ir criando postos de trabalho em todas as actividades em que se empenhou. Agora, é também um excelente empresário de pesca. Vi o barco há pouco. É excelente. Nunca vi acomodações tão boas para uma tripulação como este barco tem. Mais, eu percebo porque é que o sr. Jorge Nunes fez isto. Ele veio do meio do povo e sabe que quem trabalha tem que ser respeitado. Ele sabe que quem trabalha tem de ter condições para estar a viver e a gostar do que está fazendo. Muitos parabéns porque soube pensar no pessoal», concluiu.

Pescadores devem ter orgulho nesta embarcação

Jorge Nunes era um homem orgulhoso do seu “Progresso Futuro”. «Não é um dos melhores. É o melhor atuneiro da Europa», assegurou.
O empresário aproveitou para agradecer o apoio da população do Caniçal, para seguir em frente com o projecto. «É um investimento muito grande para a pesca mas, com a minha fé, vamos conseguir trabalhar para pagar este investimento», sublinhou.
Com os subsídios da União Europeia em baixa, Jorge Nunes explicou que teve de se socorrer às verbas do Governo Regional para poder levar para a frente o projecto. «Foi pouco, mas agarrei-me e já foi uma ajuda boa. Se não fosse o BANIF, também não teria conseguido», disse.
Jorge Nunes garante que este é um barco no qual todos devem estar orgulhosos. «Tem todas as condições para ter o pescado durante um máximo de 15 dias em cima de água e chegar a terra em condições para ser vendido a bom preço. Os pescadores devem sentir-se bem e orgulhos de ter um navio destes aqui na Madeira para a pesca do atum», disse.

A obra

Este novo barco da frota madeirense de pesca, construído nos estaleiros navais do Mondego, na Figueira da Foz, tem o seu casco em aço, com um comprimento de fora a fora de 32 metros e 27,70 de comprimento entre perpendiculares. Tem de boca 8,20 metros, enquanto o pontal de construção é de 4,20 metros. A arqueação bruta é de 258 toneladas. A capacidade de porão é de 93 m3. A potência do motor principal é de 735.5 KW a 1.500 rpm. Dispõe de vários equipamentos principais como radar, duas sondas, dois sonares de pesquisa horizontal, radiotelefone , radiobaliza e radiotelefone em VHF e sistema de navegação por satélite com GPS/Plotter. É propriedade do armador “PESCARAM, Lda”, que conta com uma tripulação de 20 pessoas e destina-se à pesca de tunídeos. O investimento privado, que contou com a comparticipação do Governo Regional, ascendeu a três milhões de euros.


Jornal da Madeira

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