Jardim alerta para ambições em inauguração no hospital
Data: 10-07-2009
A Unidade de Acidentes vasculares Cerebrais (U-AVC) foi inaugurada ontem, numa cerimónia que serviu para explicar a estratégia política seguida pelo presidente do Governo, mas que contou também com algumas mensagens nas entrelinhas.
Alberto João Jardim começou por referir que não pretendia "convencer ninguém" com as suas palavras ao justificar as razões de ter adoptado um estilo "afirmativo" ou "de convicção".
"Eu sou o primeiro a compreender que quando se tem objectivos, quando se definiram as prioridades, poderá haver pessoas que não concordam", afirmou. Se muitas poderão tentar "resolver tudo através de um grande esforço de compreensão de todas a partes", outras reagem com "agressividade", o que disse ser também normal numa Região "exígua" como a nossa, assim como "em todas as ilhas", uma vez que esta é uma característica que "faz parte da "cultura insular". "Nós temos uma quota maior de agressividade porque estamos mais virados uns sobre os outros." Tudo isso, sublinhou, juntamente com o colonialismo, foi "emperrando as coisas aqui na Madeira", daí a adopção de uma política sem "curvas", "hesitações", "angústias" ou "dúvidas metódicas", mesmo que ela crie uma maior "hostilidade". "Se calhar era a alternativa que restava àquele passado em que se passou a vida nas tradicionais guerras entre quintas", disse.
Apesar do tom sereno, as palavras do presidente do Governo soaram como reparos relativamente ao clima de tensão vivido ultimamente entre os médicos e a administração do Serviço de Saúde (SESARAM).
Jardim sublinhou que "todos têm o direito a ter os seus egos". Contudo, referiu também que "é mau não ter ambições", mas é "péssimo" não saber controlá-las.
O presidente do Governo salientou, por isso, que conta com "a compreensão e inteligência" de todos, para que a Madeira continue a ter um "bom" Serviço regional de Saúde.
250 mil euros
A Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais custou 250 mil euros e resulta de uma aposta centrada no combate à mortalidade e na diminuição das consequências de um AVC, com um atendimento prioritário, através de uma via verde, e o uso de terapêuticas de ponta.
Na cerimónia de inauguração, o coordenador da U-AVC, Rafael Freitas, lembrou que os acidentes vasculares cerebrais são a primeira causa de morte e também de internamento hospitalar na Madeira.
A nova unidade vai permitir cerca de 1.200 internamentos por ano, numa média de 3 a 4 doentes por dia.
DN Madeira
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