terça-feira, 21 de julho de 2009
Inauguração do Parque Eólico Windmad do Grupo Sousa.
PGRAM
«Há pessoas que sofrem com o desenvolvimento»
Alberto João Jardim voltou a apelar aos empresários da Região para que continuem a avançar com os seus projectos, deixando para ele o combate à “mediocridade” de alguns empresários da Região. O presidente falava durante a inauguração de três novos aerogeradores no Paúl da Serra, investimento privado do grupo Sousa.
«Vão avançando para a frente. Não tenham medo das invejas, não tenham receio da má língua nem das intrigas. Essa parte é com os políticos. Eu estou aqui para dar cabo desse tipo de mediocridade intelectual que, ainda, infelizmente assola algumas pessoas mas que, repito, felizmente são uma grande minoria nesta Região», apelou Jardim, que adianta uma explicação para tanta irritação.
«Há pessoas que, por um lado, têm saudades do passado e irritam-se pelo facto de a Madeira não ser a sociedade feudal de há 30 anos atrás, em que investidores eram apenas os senhorios da época. E, por outro lado, também se sabe que há pessoas que sofrem com o desenvolvimento porque este afecta-lhes as possibilidades de terem instabilidade social e objectivos políticos tenebrosos em relação ao povo madeirense», avançou.
É por isso que actos oficiais como a de ontem são sempre bem vistos pelo presidente do Governo. «Temos aqui, hoje, uma inauguração de um serviço público que é prestado por empresários privados. Esta é a articulação correcta, no desenvolvimento da economia num país democrático», sustentou, por entre agradecimentos ao grupo Sousa, pelas suas qualidades e responsabilidades de investimento na Região. «São por todos conhecidas, respeitadas e apreciadas por todos os homens de boa vontade neste arquipélago», garantiu Jardim.
Ainda em relação ao parque eólico ontem inaugurado, o chefe do Executivo madeirense relevou a obra, sobretudo, do ponto de vista ecológico da Região. «O investimento feito vai poupar anualmente a importação de 1.500 toneladas de fuel. Toda a gente sabe o que isto representa para a economia da Região. Quando se está a comprar fuel, estamos a pegar no dinheiro da Região e estamos a entregar a titulares de interesses que estão fora da Região. Ao fazermos isto temos, não só, uma redução importante do dióxido de carbono na atmosfera do arquipélago como temos também, fundamentalmente, dinheiro que vai ficar a mais na Região e que vai continuar a permitir o crescimento da nossa economia, com toda a repercussão social desde o emprego, até à disponibilidade de verbas que, pela via fiscal, o Governo recolhe e aplica em objectivos de natureza social», sublinhou,
De Jardim, ficou ainda uma referência ao director regional de Florestas, Rocha da Silva. «No entusiasmo que tem pelas áreas que estão sob a sua competência, tem tido um enorme cuidado em complementar estes investimentos, seja os feitos pela empresa de Electricidade da Madeira seja os feitos pelo sector privado, com um trabalho, também, de requalificação ambiental que vem compor e melhorar todo este ambiente em que se inserem».
Contributo do Grupo Sousa para objectivos do Governo
Luís Miguel de Sousa fez questão de afirmar que o parque eólico WindMad «é um contributo» do grupo para a concretização dos objectivos definidos pelo Governo Regional, no sentido de ser ultrapassada rapidamente a meta dos 20 por cento de energias renováveis, muito antes do prazo proposto pela União Europeia, tendo como meta conseguir que a Madeira tenha cerca de 30 por cento de energia consumida, com origem em produção de energias renováveis, antes de 2020.
«Na Região, estão em curso investimentos elevados, realizados pelo sector público/EEM e pelo sector privado, na produção de energia eólica, que estarão concretizados neste ano de 2009, representando cerca de 30 megawats de potência os novos parques eólicos e onde a nossa contribuição nestes é de cerca de 8,5 por cento da potência instalada, que representa uma poupança de 4.500 toneladas de CO2, o abastecimento de cerca de 2.650 habitações e uma poupança de cerca de 1.400 toneladas de fuel, num parque eólico composto por três torres, com 0,85 MW de potência cada uma», salientou ainda o responsável.
A obra
O parque eólico Windmad, é um investimento do grupo Sousa, que ascendeu a 3,7 milhões de euros. Este dispõe de uma potência total de 1,8 MW. É constituído por três aerogeradores assíncronos (da marca Vestas/modelo V52), com a potência unitária de 850 KVA e uma potência nominal de 850 KW. A cabine possui um mecanismo motorizado para rodar sobre a torre de modo a obter a orientação mais favorável para a produção de energia, de acordo com a direcção do vento. A torre tem uma altura de 49 metros e os aerogeradores têm como princípio de funcionamento a captação da energia eólica e a sua conversão em energia eléctrica. Estes aerogeradores arrancam quando a velocidade do vento atinge 4 metros/segundo, têm a produção máxima aos 17 m/s e são desligados quando a velocidade do vento atinge 25 m/s, de modo a proteger o aerogerador de esforços excessivos que possam pôr em risco a integridade da torre e das fundações. A produção de energia eléctrica prevista pelos três aerogeradores é de 6,45 MWh/ano.
Jornal da Madeira
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