quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Inaguração do Infantario Toca dos Traquinas (Funchal)
PGRAM
Reacção, à margem de inauguração de Infantário, às declarações sobre a sua candidatura
Jardim diz que Sócrates «é um fraco»
O presidente do Governo Regional afirmou, ontem, que o primeiro-ministro «é um fraco, se não não fazia tantas asneiras nem dizia tantos disparates».
Ontem, à margem da inauguração do Infantário “A Toca dos Traquinas”, em São Martinho, Alberto João Jardim foi instado pelos jornalistas a comentar as declarações de José Sócrates na entrevista concedida à RTP, em que citou a candidatura de Jardim (também presidente do PSD-M) a deputado como «a mais falsa das candidaturas» (por este não assumir o mandato).
O líder madeirense começou por dizer não ter «tempo para perder com as tontices que esse senhor diz sobre mim». «Pelo contrário, como é que dizem os sagrados textos: “Bem aventurados os pobres de espírito que deles será o Reino dos Céus”», acrescentou.
Quando questionado sobre se as declarações de Sócrates não representam um ataque à sua pessoa, respondeu que «o homem tem lá categoria e força para me atacar. Ele tem força é para atacar o povo madeirense e, com os seus cúmplices também de cá, tirar o dinheiro que era do povo madeirense e não honrar os direitos que o Estado já tinha reconhecido ao povo madeirense». E continuou: «Agora o pobre do Alberto João, (ele) tem lá força para se meter comigo. Ele nem tem espírito de humor».
Nesta ordem de ideias, questionado sobre se o primeiro-ministro de Portugal é um político fraco, o governante madeirense disse que «ele é um fraco, se não não fazia tantas asneiras nem dizia tantos disparates».
Por outro lado, instado a comentar as declarações de Bernardo Trindade ao referir que Manuela Ferreira Leite «não gosta das autonomias», Jardim afirmou que «esse senhor, depois de ter traído o povo madeirense como traiu, cumpliciando um governo que retirou direitos ao povo madeirense e que não honrou os compromissos do Estado para com a Região Autónoma, ainda tem muita lata em pôr a sua cara aí pelas ruas». «Quem trai não tem desculpa», avançou.
Já no discurso da inauguração do Infantário, Jardim não se cansou de elogiar o projecto, sublinhando também o «tom de exigência» que a promotora «sabe dar nas iniciativas em que se mete».
Aliás, afirmou que «os países, para andar para a frente tem de se ter muito coração, muita sabedoria e muita compreensão para lidar com as pessoas, mas também tem que se ser exigente». E frisou, «sem exigência não há boa funcionalidade, não há resultados, as coisas não funcionam bem».
Por outro lado, atendendo a que o estabelecimento, situado ao lado do MadeiraShopping, irá servir muitos pais que ali trabalham, será tida em conta esta circunstância e o Infantário irá funcionar até às 23 horas. Como gosta «de resolver problemas, em vez de fazer promessas» - «se eu fosse de promessas chegava aqui e prometia um metro daqui até Lisboa. Também só me falta ouvir essa, já ouvi tudo, só me falta ouvir essa», o chefe do Executivo afirmou ter pedido ao director regional de educação essa particularidade. «Não é abrir uma excepção, é adequar a situação deste estabelecimento às pessoas que trabalham nesta área», esclareceu.
Jardim gracejou ainda com o facto de não ter frequentado o pré-escolar. «Se calhar fez-me falta não ter andado no pré-escolar, porque os meus adversários políticos costumam dizer que eu sou malcriado. Se calhar foi por não ter andado num estabelecimento como este. Agora já não tenho conserto. Desculpem-me, vou continuar a ser malcriado», disse.
Referiu ainda que a lei o «impede de dizer aqui umas coisas que se calhar estavam todos com a orelhinha quente para me ouvir falar. Mas é a lei e tem de se cumprir a lei». Mas, disse, quem me conhece, por um lado deve estar farto de me aturar ao fim de trinta anos, e por outro, também é capaz de já saber o que é que eu ia dizer».
Por seu turno, o presidente da Câmara do Funchal adiantou que o Funchal é das cidades do país com uma maior cobertura e modernização de toda a rede escolar e pré-escolar. Segundo Miguel Albuquerque, existem 71 estabelecimentos de pré-escolar e de creches no concelho e todas as freguesias do concelho do Funchal estão cobertas por este tipo de estabelecimentos, fruto da iniciativa pública e privada.
O autarca referiu também que a quase totalidade dos estabelecimentos do primeiro ciclo e do secundário são novos ou remodelados. Lançou também uma farpa para o continente. «Neste momento, enquanto aqueles senhores do continente começaram a falar agora do ensino do inglês e das actividades extra-curriculares, as escolas do Funchal têm tido investimentos na Escola a Tempo Inteiro e neste momento temos uma cobertura de 98 por cento de Escolas a Tempo Inteiro».
Anunciou ainda que na próxima semana será concluída a nova escola da Achada e que já está em construção a escola do Imaculado e a futura escola dos Romeiros, o que levará a que o Funchal fique «com o parque escolar mais moderno e mais operacional do país».
A obra
O Infantário “A Toca dos Traquinas”, que tem como promotores Rita do Vale e Dino Rebelo, tem capacidade para 140 crianças, dos quatro meses aos seis anos, e irá funcionar até às 23 horas. O estabelecimento é composto por quatro salas de berçário servidas de três salas parque, cinco salas de creche, uma sala de jardim de infância (dos três aos seis anos), ATL, sala polivalente, pátio ao ar livre, refeitório, cozinha, serviços administrativos, lavandaria e sala de pessoal. Segundo explicou a promotora, há a particularidade de os pais terem um cartão magnético, com um código associado ao processo da criança, que lhes permite abrir a porta para ir pôr e buscar os seus filhos, sendo que, através de um ecrã, os funcionários vêem quem está a entrar e sair, bem como fica registado quem foi pôr e buscar a criança. O Infantário representa um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros.
Jornal da Madeira
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