57 anos depois história está a ser compilada
Em 1953, um grupo de portugueses originários da Ilha da Madeira, que tinham sido recrutados para trabalhar numa refinaria no Curaçao, construíram a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Suffisant, cuja história está a ser compilada.
No entanto, 57 anos depois, muitos desses portugueses regressaram à Madeira, alguns faleceram, sendo as novas gerações pouco apegados ao culto religioso, segundo o padre daquela paróquia, Morison La Porte.
"Esta igreja foi fundada pelos portugueses que trabalhavam na refinaria Isla e este era o bairro dos que lá trabalhavam. Aqui viviam portugueses, ingleses, outras pessoas de diferentes culturas e venezuelanos também", começa por explicar o sacerdote à agência Lusa.
Por outro lado, sublinha que "os portugueses, onde vão, levam a sua fé e a sua fé era em Nossa Senhora de Fátima e por isso construíram aqui a Igreja de Fátima".
"Não há nada por escrito, a história passa verbalmente, agora estamos a passar algumas coisas para o papel para conhecer um pouco da história da Igreja, mas sei que os portugueses pediram também ajuda à refinaria, trouxeram rochas, cimento, de tudo um pouco, fazendo o máximo (das obras) depois do horário normal de trabalho", diz.
Morison La Porte lamenta que em contraste com o passado, para as novas gerações a ida à Igreja não é uma prioridade.
"Antes (os portugueses) eram muito activos, muito dedicados à Igreja, os mais velhos vinham e estavam aqui, mas muitos já morreram ou voltaram à Madeira e os jovens não são tão activos como os parentes de antes", refere.
A situação levou o padre a definir estratégias para atrair os jovens, principalmente nas duas festas mais importantes da paróquia, a primeira e a última aparição de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de Maio e de Outubro, respectivamente.
Natural do bairro onde foi construída a Igreja, o padre Morison La Porte, faz questão de sublinhar que já foi "a diferentes santuários, mas o que mais o marcou foi o de Fátima.
Em Curaçao vivem aproximadamente 3000 portugueses, cuja presença fez surgir ruas com o nome de Madeira, Funchal ou Fátima.
DN Madeira
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