Retomar de voos directos da TAP entre Barcelona e a Madeira vão potenciar novos negócios.
A TAP anunciou ontem uma nova ligação, no Verão, entre a cidade de Barcelona e a Madeira, numa medida, como admitiu o vice-presidente executivo da companhia aérea, ontem à Lusa, será uma forma de ajudar a Madeira a recuperar da crise económica e do temporal de 20 de Fevereiro. Este é um retomar de uma rota abandonada há anos pela mesma companhia.
Esta aposta poderá ser um novo fôlego para o sector hoteleiro regional, sendo de realçar que a Catalunha é umas das mais prósperas regiões de Espanha e a sua capital, Barcelona, a segunda mais importante e mais rica do reino. A linha área poderá também ser uma oportunidade de muitos madeirenses aproveitarem para conhecer a cidade 'condal' e os seus inúmeros atractivos, bem como as centenas de escalas de navios de cruzeiros no concorrido porto de Barcelona para outras rotas. Até agora, quem quisesse fazer um cruzeiro a partir de Barcelona tinha de suportar o custo do voo de ligação por Lisboa.
Sobre esta novidade, a TAP admite que está a fazer "um grande esforço" para reabilitar o mercado da Madeira, afectado sobretudo pela crise económica nos mercados emissores de Inglaterra e de Portugal continental, disse Luiz Gama Mor na entrevista.
"Estamos a fazer um grande esforço para a Madeira. Temos tido um bom resultado [nos voos] para a Madeira, que temos promovido em todo o lado", frisou. O temporal que se abateu sobre a Madeira a 20 de Fevereiro causou 43 mortos, oito desaparecidos e 600 desalojados e 1.080 milhões de euros de prejuízos materiais.
O turismo para a Região também ficou bastante afectado pela situação. No entanto, o responsável da TAP explicou que grande parte se deve aos mercados emissores, a braços com uma crise económica.
"A Madeira está a retomar o seu caminho natural. O tráfego da TAP para a Região ainda se ressente não da [catástrofe natural] da Madeira, mas do mercado emissor que é a Inglaterra. A Inglaterra vive ainda uma dificuldade económica grande, as pessoas estão a voar menos, o valor da libra está mais baixo, e isso introduz uma pressão grande, porque é um mercado muito forte para a Madeira", disse.
A ajuda também não surge de Portugal continental, onde a crise também tem cortado as viagens. "O mercado ponto a ponto, que é o mercado doméstico, regista um esfriamento natural decorrente da crise portuguesa. Com a economia em dificuldades este [também] não é um mercado que tenha crescido", sublinhou Gama Mor.
Por isso mesmo, a TAP está a procurar novos mercados para a Madeira, entre os quais a Rússia e a Espanha, de onde no Verão sairá um novo voo directo Barcelona-Funchal. "O que estamos à procura é de novos mercados para a Madeira, em origens de tráfego que tenha possibilidades de crescimento.
O crescimento da Rússia para voo diário (a TAP começa a voar diariamente para Moscovo a partir de 13 de Julho) visa apontar à Madeira e também existirá um voo directo de Barcelona, que já está todo comercializado", referiu o responsável. "Já está tudo acertado com os operadores de Barcelona, garantidamente teremos sucesso. Vamos levar uma quantidade grande de espanhóis da Catalunha para a Madeira neste Verão", sublinhou.
Prejuízos do Vulcão: TAP não reflectirá preços
O vice-presidente executivo da TAP declarou que a companhia não vai reflectir nos preços dos bilhetes os prejuízos resultantes da nuvem de cinzas que, em finais de Abril, parou os voos durante quase uma semana. "Por causa especificamente do problema da cinza vulcânica não haverá passagem desse fenómeno para o preço [dos bilhetes], porque o preço decorre de uma concorrência. Existe uma oferta imensa no quadro mundial e europeu e uma guerra tarifária bastante grande e os preços já são bastante comprimidos", disse Luiz Gama Mor à Lusa. A TAP estima em mais de 12 milhões de euros os prejuízos que sofreu devido à crise da nuvem de cinzas lançadas por um vulcão islandês. Após o fim da crise, ou seja, quando os voos foram retomados, a imprensa económica europeia deu conta de que algumas companhias estavam a aumentar os preços das tarifas entre a Europa e os Estados Unidos em cerca de 20%. Luiz Gama Mor reafirmou que isso não vai acontecer na TAP e diz mesmo que o preço nem sempre reflecte o custo real. "Infelizmente o preço não tem a ver com o custo. Eu gostaria muito de poder apresentar uma estrutura de custos, acrescentar uma margem e dizer que o preço vai ser este porque me custa isto. O mercado é muito competitivo e o preço é uma condição de mercado. Portanto, em diversos momentos as companhias cobram mais barato do que custa. Não é à toa que se verificam os prejuízos das empresas", frisou.
DN Madeira
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