Segurança Social prepara-se também para reforçar número de cuidadores
O Governo Regional vai apostar na criação de residências assistidas, destinadas a pequenos grupos de idosos (entre quatro e seis). Para além disso, quer reforçar o número de cuidadores.
A presidente do Centro de Segurança Social da Madeira, Bernardete Vieira, sublinha que, em declarações ao JM, a Região teve de adiar, na sequência da intempérie de 20 de Fevereiro e à consequente necessidade de transferir apoios financeiros e logísticos para acudir às vítimas do temporal, «um projecto que estava pronto para avançar antes do temporal de 20 de Fevereiro, que são o das residências assistidas».
São pequenas casas, onde estarão quatro a seis idosos, e onde a Segurança Social assegura um acompanhamento durante 24 horas.
«Em vez de ser um lar grande, e os lares também são importantes e fazem parte do programa do Governo, é uma casa e constitui mais uma resposta para os idosos», sublinha.
Segundo Bernardete Vieira, «o ambiente nas residências assistidas será mais familiar». O Governo Regional, garante, quer difundir esta prática e alargá-la a toda a Região.
«Estamos a pensar em criar duas residências assistidas no Funchal. Se houvessem idosos que tivessem casas e estivessem dispostos a disponibilizá-las para eles e também para outros idosos, mediante arrendamento, seria a melhor opção. Mas, ninguém está a querer isso. Temos, pois, que arrendar e para arrendar temos de cumprir todos os procedimentos legais», complementa.
A Segurança Social madeirense está a contar lançar as duas casas até Julho, e depois ver até final do ano o que poderá fazer mais naquele sentido. Esta medida está no Plano Gerontológico e «é para avançar».
Quanto aos cuidadores, Bernardete Vieira diz que é uma medida de grande. «Gostaria que ainda tivesse mais, porque é importante para os idosos.», disse.
Neste momento, existem cerca de 170 cuidadores em toda a Região, um número que a Região quer ver aumentado a curto/médio prazo. Os cuidadores, lembre-se, têm a missão, perante contrapartida financeira da família do idoso, que contará com comparticipação do Governo, no caso das menos abonadas, de cuidar do sénior a seu cuidado, desde alimentação à tomada de medicamentos.
Por outro lado, Bernardete Vieira diz que, por agora, o plano de marketing social está suspenso, mas não cancelado.
«Com este temporal, tivemos de reequacionar prioridades. Prefiro investir dinheiro numa residência do que no plano, embora também considere que seria importante a sua efectivação. É uma coisa que pode esperar», conclui.
Refeições a leste até inícios do próximo ano
A presidente do Centro de Segurança Social da Madeira sublinha que a abertura de concurso para as refeições entregues a domicílios nos idosos para a zona leste (Machico e Santa Cruz) será lançado até, o mais tardar, finais deste ano, inícios de 2011.
Na zona oeste, está a faltar apenas o concelho da Calheta. Bernardete Vieira anuncia que, em breve, será assinado um acordo com a Santa Casa da Misericórdia da Calheta, que já assegura a ajuda domiciliária àquela zona. «É com eles que vamos negociar, para avançar até final do ano», disse.
«Em Dezembro/Janeiro vamos lançar o concurso para a Zona Leste. Antes disso não conseguimos, porque ainda será preciso lançar o caderno de encargos e o concurso propriamente dito. Depois, iremos adjudicar, o que deverá acontecer em Dezembro/Janeiro», explica.
Quanto ao Porto Santo, Bernardete Vieira sublinha que a Segurança Social está a avaliar a situação e diz que só vai avançar para as refeições para idosos ao domicílio «se isso se justificar».
Alas exclusivas para doentes com Alzheimer
Bernardete Vieira não se mostra muito a favor de lares exclusivos para doentes com Alzheimer.
«Temos o Porto Moniz, que tem um lar com ala para Alzheimer. Mas, a nossa experiência diz-nos que não se justifica, porque há uma fase em que ainda é necessário, quando os doentes estão na sua fase mais nervosa, mas depois passam a estar devidamente medicados e ficam com uma dependência como outro qualquer. Por isso, chegámos à conclusão que não vale a pena investir em lares só para aqueles doentes», disse.
A Segurança Social diz que pondera, sim, a criação de alas especiais nos lares que forem sendo construídos, bem como naqueles já existentes, que serão requalificados.
Jornal da Madeira
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