Manuel António Correia visitou ontem exploração agrícola na Calheta
O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais afirmou ontem não ter dúvidas que o sector da banana e da floricultura são das áreas com maior potencial de crescimento quer para o interesse da Região quer dos agricultores.
No dia em que foi assinado um contrato de concessão de apoios financeiros da União Europeia e do Governo Regional (no âmbito do PROPERAM), para o investimento numa nova exploração agícola de banana, da empresa Rocha & Gonçalves, Manuel António Correia voltou a lembrar que «a economia da Madeira precisa de mais produção para crescer para que possa exportar mais e importar menos» e que assinaturas de contratos como este vêm reforçar a economia regional e a criação de novos postos de trabalho.
Perante um investimento que prevê a plantação de uma área de banana com 12.300 metros quadrados - com 2.660 bananeiras e respectivas infra-estruturas de apoio como sistema de rega, monta-cargas e vários melhoramentos fundiários - , este projecto agrícola foi comparticipado a fundo perdido em mais de 55 por cento. Isto é, do investimento total de 476.416,67 euros foram recebidos 259.018,63 euros.
Com o objectivo de continuar a atrair novos agricultores, a ideia do Governo é também a aumentar a área de exploração e a quantidade produzida pelos agricultores já existentes no mercado.
«Mais do que ter novos e mais agricultores, a política agrícola regional passa por fazer crescer os actuais agricultores, aumentar a produtividade global e também o rendimento individual daqueles que já estão no sector, bem como a agricultura empresarial», salientou o governante, momentos antes de visitar a exploração de Jorge Gonçalves e Nélio Rocha, agricultores que esperam produzir por ano até 150 toneladas de banana.
80 por cento das três mil candidaturas já foram analisadas
Manuel António Correia assegurou ontem que neste momento já estão analisadas cerca de 80 por cento das três mil candidaturas verificadas no terreno em consequência do mau tempo que assolou a Região em Dezembro e depois em Fevereiro. «Reforçámos com muitas equipas e o modo de fazer as vistorias. Penso que no final da próxima semana, a generalidade das pessoas que se candidataram já estarão vistoriadas e, dessa forma, nós poderemos, rapidamente, fazer os projectos agrícolas, celebrar os contratos e, a partir daí, pagar aos agricultores», esclareceu.
O responsável pelo sector da agricultura na Região disse ainda, em relação ao principal sistema de regadio público que sofreu grandes danos devido ao mau tempo, que este já está em 95 por cento recuperado.
Manuel António Correia explicou, sobre este assunto, que a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais lançou um conjunto de empreitadas por ajuste directo (em cerca de 9 milhões de euros de investimento) e que foi lançado um desafio para que, até ao final do mês de Abril, tivesse pelo menos 90 por cento do sistema recuperado. Neste momento, adiantou o governante, estão a trabalhar cerca de 340 pessoas dentro dos diversos canais de rega da Madeira, sobretudo os que são decisivos no sistema pelo que a secretaria entende que haverá uma época de rega normal apesar dos efeitos do temporal de Fevereiro.
Atrasos nos apoios são «normais» e virão a seu tempo
Os atrasos que muitos agricultores estão a sentir no que concerne aos apoios financeiros atribuídos anualmente pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais são «normais» como voltou ontem a garantir o secretário regional.
Manuel António Correia explicou que os apoios da União Europeia aos agricultores foram processados em Dezembro do ano passado e que dentro desse conjunto de agricultores foi retirada uma amostra para uma verificação posterior no terreno. «É uma situação normal e as pessoas não perderam o direito ao apoio. O que aconteceu é que o processamento concreto a essas pessoas fica dependente de um trabalho posterior no campo e também burocrático, o qual depende esse processamento», justificou o responsável, acrescentado ainda que poderá haver, em algum dos casos que ficaram retidos para uma re-análise, que recebam este ano o apoio de 2010, estando ainda em análise o de 2009.
Jornal da Madeira
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