sábado, 8 de maio de 2010

Clientes em vez do avião

Delegado da APAVT na Madeira deferente redireccionamento das verbas







João Welsh considera que o Turismo da Madeira apresenta problemas estruturais graves. Por isso aponta caminhos no sentido de evitar maiores contra-tempos. O delegado na Madeira da APAVT falava durante o primeiro painel da Conferência Anual do Turismo, onde foi comentador.
Quanto às debilidades referiu, por exemplo, que houve uma tentativa de manipulação dos canais de distribuição, em seu entender esquecendo que eles têm vontades e interesses próprios. Além disso considera que não se deve fomentar a concorrência directa entre os diferentes canais. Neste âmbito, critica, por exemplo, os apoios directos que têm sido dados às companhias de aviação para voarem para a Madeira. Daí que diga haver necessidade urgente de retirar parte dessas verbas e direccioná-la para o consumidor final.
Por outro lado, acentuou que o Turismo da Madeira tem de canalizar mais verbas para a promoção e saber o retorno que tem de cada euro que investe nos diferentes mercados.
Segundo as suas contas, quando há cerca de uma década o retorno de cada euro investido se traduzia em 136 euros, actualmente estamos com um retorno de 22 euros, o que entender se manifestamente pouco quando inserido numa média que é de 50 euros.
Outro ponto que tem sido desde sempre um ponto de honra para João Welsh é a autenticidade do destino, onde a sua bandeira é o calhau de pedra roliça, um factor distintivo em detrimento das praias de areia amarela que, conjuntamente com outras particularidades não naturais da ilha só contribuem para atrair um mercado jovem e sem dinheiro que entende não interessar à Madeira.
Mais ainda falou da descaracterização do destino em locais como a Estrada Monumental e ainda na Avenida do Mar, com roulottes que diz constituírem um péssimo cartaz para quem nos visita.
Antes de João Welsh falou António Loureiro, o orador convidado do painel que tinha como tema “Novos modelos de distribuição”.
Basicamente o que o director-geral da Travelport Portugal e Brasil veio dizer ontem de manhã foi que muito caminho a fazer no destino Madeira, sobretudo para incrementar a sua notoriedade na internet e nas redes sociais. Exemplificou com pesquisas feitas há poucos dias na Web, concretamente no motor de pesquisa da Google inglês, que diz ser mais favorável que o português.
Com as palavras “Island holidays”, “family holidays”, “sport holidays”, “sightseeing holidays”, “kids holidays” e “nature holidays” nas 10 pesquisas que cada um proporciona não surge nada ligado à Madeira. Apenas em “walking holidays” a Madeira aparece no décimo lugar.
Outro exemplo apontado é de um outro site internacional onde a Madeira não surge nos 50 destinos mais procurados, numa lista onde Faro está em quinto e Lisboa em 36º lugar.
Estes factores são importantes para António Loureiro sobretudo tendo em linha de conta que a Web já há muito chegou e está cada mais próximo do consumidor, nomeadamente com os smartphones que abrem uma infinidade de oportunidades.
Neste domínio, deu o exemplo do Reino Unido onde no último ano, à pergunta de onde os turistas haviam recolhido informação do destino, 79% disse ser através da internet. A média é de 75 por cento.



Jornal da Madeira

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